Mas antes do espectáculo no Capitólio, a cantora tinha feito no passado dia 11 uma apresentação intimista do novo disco no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), também em Lisboa. Contudo, a primeira apresentação absoluta do disco aconteceu no passado mês de Fevereiro, em Paris (França), seguindo-se Eslovénia no dia 2 deste mês.
Depois das cidades da Praia e do Mindelo, “Di Lonji” será apresentado na ilha de Santo Antão, na Ribeira Grande, no dia 1 de Abril.
Composto por 14 temas, o disco foi gravado entre Cabo Verde, Portugal e Estados Unidos e misturado e masterizado em Paris e conta com a direcção artística de Djô da Silva, produção e arranjos de Hernani Almeida e Momo Wang.
Ao longo deste trabalho, pode ouvir-se sonoridades bem características do universo de Elida Almeida, como o batuque tradicional, ao não tradicional na linha do Blues, ao Tabanka, ao Kola Samba, que aos poucos se torna um ritmo latino, numa união que fortalece a relação da música de Cabo Verde com a música latina, até aos elementos electrónicos, para além de Elida ainda revisitar o repertório dos Bulimundo, ao regravar um tema que cresceu a ouvir “Dimingu Denxo”.
“O disco representa toda essa intensa e persistente caminhada, com todos os factores que a dificultaram e que foram ultrapassados, o vencer todos os estereótipos, a busca de aprovação que a fez chegar aqui”, revela a produtora Harmonia.
Conhecida pela maturidade, talento e generosidade da sua escrita e interpretação, Elida Almeida deu-se a conhecer ao mundo em 2014, ano em que foi descoberta pelo produtor Djô da Silva – também responsável por apresentar Cesária Évora ao mundo.
Elida lançou seu primeiro álbum “Ora doci, ora margos” em 2014, que foi um sucesso imediato e graças a ele as suas palavras chegam à vida de muitos jovens cabo-verdianos. Depois de “Ora doci, ora margos” sucederam-se mais dois álbuns de originais: “Kebrada” (2017) e “Gerasonobu” (2020).
Oito anos depois da sua estreia, Elida Almeida faz o balanço de todo este seu percurso, onde já chegou, assim baptiza o seu quarto álbum: “Di Lonji”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1112 de 22 de Março de 2023.