O anúncio foi feito por Abraão Vicente, à Inforpress, em Lisboa, no âmbito da sua visita de trabalho de dois dias à capital portuguesa, explicando que para definir como é que serão essas comemorações terá, na manhã de hoje, um encontro com a gestora do CCCV, Ângela Barbosa.
“Pela primeira vez, desde que assumimos o Governo, pensamos que era o momento de o acto central, porque teremos uma programação nacional, ser no CCCV, com a minha presença”, disse, explicando que é preciso delinear se essa comemoração será, por exemplo, apenas uma cerimónia onde serão convidados os artistas cabo-verdianos, com um concerto musical ou exposição e performance cultural.
Entretanto, Abraão Vicente avançou que também se está a fazer o levantamento para ver se existem figuras cabo-verdianas que merecem receber a Medalha do Mérito Cultural do Governo, para nesse dia serem entregues.
Para o governante, a escola desta cidade para o acto central das comemorações do Dia Nacional da Cultura, é um “reconhecimento simbólico de Lisboa” que ocupou sempre uma certa centralidade naquilo que é a produção artística e cultural em Cabo Verde.
Por outro lado, o ministro que também tutela a pasta do Mar, sublinhou que há artistas que ainda não conhecem o CCCV, espaço inaugurado em Julho de 2019 e onde irão decorrer essas comemorações, considerando que algo se passa na própria promoção do sítio.
“É suposto ser mais um centro cultural que leva o nome de Cabo Verde no quadro das instituições culturais de Lisboa e promover a cabo-verdianidade. É essencial evitarmos que o CCCV se torne apenas uma casa de cultura de Cabo Verde. É nesse sentido que estou nesta agenda intensa para conectar o CCCV com os outros centros culturais aqui em Lisboa e, da mesma forma, beber dessa experiência para levar a Cabo Verde”, frisou.
De acordo com Abraão Vicente, quando o CCCV foi inaugurado a “ambição era maior e era suposto ter uma colaboração mais estreita com o Ministério da Cultura”, no entanto, devido ao aspecto jurídico do próprio centro, esse ministério não pode ter um centro cultural fora do território nacional, por isso a embaixada que tem que gerir e as verbas devem ser inscritas a partir dos Negócios estrangeiros.
“É um trabalho que temos que fazer junto da embaixada para aprofundar o desenho, a programação, ter um quadro especializado em várias áreas da cultura, conectado com a cidade e a nossa diáspora, mas que faça do CCCV algo que vá além das espectativas dos cabo-verdianos”, referiu.
Abraão Vicente sublinhou que é legítimo e concorda com o embaixador de Cabo Verde e Portugal, Eurico Monteiro, que pede mais verbas para o centro cultural, sustentando que o mesmo “não realizou ainda o seu potencial e o potencial do desenho” que foi feito em Cabo Verde.
O Dia Nacional da Cultura e das Comunidades foi instituído em Outubro de 2005, com o intuito de celebrar tanto a cultura cabo-verdiana, como as suas comunidades.
A data homenageia o dia de nascimento de um dos maiores literatos da história de Cabo Verde, o poeta Eugénio de Paula Tavares, falecido aos 63 anos na Vila Nova Sintra, ilha Brava, em 1º de Junho de 1930.