Portugal: XI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa é uma homenagem também aos cabo-verdianos – UCCLA

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,16 out 2023 8:43

O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho, considerou que o XI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, em homenagem a Amílcar Cabral, é também uma homenagem aos cabo-verdianos.

A declaração foi feita à Inforpress, em Lisboa, no âmbito do XI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa (EELP), previsto para dias 19, 20, 21 e 22, na Cidade da Praia, com tema geral “Língua portuguesa, expressão de liberdade, democracia e desenvolvimento municipal” e homenageia Amílcar Cabral.

“Cabo Verde tem personalidades inacreditáveis na literatura, quer no passado quer no presente (…). É uma homenagem também que fazemos aos cabo-verdianos, porque ao evocarmos a literatura, Cabo Verde tem uma literatura tão pujante, histórica, actual e futura, e por outro lado, do próprio Amílcar Cabral do ponto de vista política e da visão que tinha do relacionamento da língua portuguesa com o mundo”, considerou.

Para Vítor Ramalho, a homenagem a Amílcar Cabral “é devida”, por ser uma “personalidade incontornável” dos países de língua oficial portuguesa e de alguma maneira, mundial, sendo que a nível internacional ele esteve presente na audição que o Papa Paulo VI deu a três líderes dos movimentos de libertação.

O secretário-geral da UCCLA sustentou que Amílcar Cabral teve uma “influência determinante” na criação do PAIGC e teve a visão de perceber que os dois territórios, na altura, colonizados por Portuga [Guiné-Bissau e Cabo Verde] teriam maior facilidade de alcançar as independências se tivessem um objectivo comum.

Por outro lado, Vítor Ramalho afirmou que justifica essa homenagem no encontro em Cabo Verde, já que Amílcar Cabral foi assassinado há 50 anos e em 2024 é o centenário do seu nascimento, para além de Cabo Verde ter a Fundação Amílcar Cabral e personalidades que são desse tempo, nomeadamente o comandante Pedro Pires.

Quanto ao tema “Língua portuguesa, expressão de liberdade, democracia e desenvolvimento municipal”, Ramalho considerou que língua portuguesa é “universal, de afectos e de interesses”, porque é um instrumento económico mundial “muito importante” para os seus povos e países.

“A língua portuguesa é de unidade e permite aprofundar o desenvolvimento da nossa fala. Impressiona como que a língua acabou por ser um factor de unidade dentro do próprio país”, disse.

O XI EELP, com participação do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, vai reunir escritores e investigadores de todos os países da lusofonia e, pela sexta vez, acontece na Cidade da Praia, numa organização da UCCLA e da Câmara Municipal da Praia (CMP), com parceria da Academia Cabo-verdiana de Letras (ACL) da Sociedade Cabo-verdiana de Autores.

“Os países de língua oficial portuguesa, de alguma maneira, coincidiram nas suas independências, excepto a Guiné que a declarou unilateralmente em 1973, que ocorreram a seguir a 25 de Abril e Portugal libertou-se do regime opressivo em que se vivia após o 25 de Abril. A liberdade está presente e é por isso que a língua portuguesa é uma expressão de liberdade e evocar as proximidades de 25 de Abril (50 anos em 2024)”, frisou.

Nesta linha Vítor Ramalho mostra-se satisfeito com o facto de todos os países de língua portuguesa sustentarem a defesa da democracia, sendo que Cabo Verde “é um exemplo do pluripartidarismo e da boa governação”, com parcos recursos, sobretudo utilizando a pouca riqueza que tem e a remessa dos emigrantes, sem esquecer a importância do municipalismo e o “grande contributo” que municípios dão para o desenvolvimento do arquipélago.

“Não há mesmo futuro sem memória, mas também não há futuro sem a juventude. Temos a obrigação de dar testemunhos aos mais jovens daquilo que experimentamos e vivemos, sobretudo numa altura em que o mundo caminha para uma grande incerteza”, indicou Vítor Ramalho, lembrando que há muitos jovens nos países de língua oficial portuguesa que não viveram aquilo que é o objecto desse encontro.

A abertura oficial acontece numa cerimónia no dia 19 e será presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e o encerramento está agendado para o dia 20 de Outubro, em sessão presidida pelo Presidente da República, José Maria Neves.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,16 out 2023 8:43

Editado porAndre Amaral  em  28 abr 2024 23:28

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