Realizadores querem aproveitar dinâmica para criar “indústria de cinema” em Cabo Verde

PorExpresso das Ilhas, Lusa,3 nov 2023 8:04

Realizadores de cinema nacionais consideram que o país vive uma “dinâmica positiva”, com produções próprias e premiações e sendo já destino de gravação de filmes internacionais, e querem aproveitar para criar uma “indústria de cinema” no arquipélago.

“Devemos aproveitar esta dinâmica para podermos, em pouco tempo, ter uma indústria do cinema em Cabo Verde”, afirmou hoje à Lusa Yuri Ceunick, realizador e guionista do filme cabo-verdiano “Omi Nobu (Homem Novo)”, vencedor do prémio de melhor documentário no festival Fespaco, em Burkina Faso, e que está em estreia no arquipélago.

Além deste e de outros filmes nacionais, o realizador deu conta que já há grandes produções internacionais que estão a filmar em Cabo Verde, dando como exemplo o caso recente do cineasta mauritaniano Abderrahmane Sissako, que gravou parte de um filme nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, e de um realizador polaco que no próximo ano também vai gravar no país.

“São produções grandes que estão a começar a vir para Cabo Verde. E com os filmes, festivais, premiações, estreias em grande, é uma dinâmica positiva que temos de aproveitar”, insistiu, entendendo que é preciso criar condições.

É que, segundo explicou, a concorrência é forte, como a das ilhas Canárias, que são um destino para produções de filmes internacionais desde os anos 1970.

“Cabo Verde está no começo, mas há ambição, vontade, pessoas capazes, formadas, uma estrutura”, referiu Yuri Ceunick, pedindo ainda o envolvimento das televisões nacionais e do público.

Num país com um único festival de cinema, o DjarFogo Internacional Film Festival, e com pouca produção cinematográfica, o acesso ao financiamento e a descontinuidade do território (ilhas) continuam a ser os maiores desafios para a produção do cinema em Cabo Verde, completou Natasha Craveiro, produtora do filme.

Por isso, a estratégia é candidatar-se a fundos internacionais, como aconteceu com o “Omi Nobu”, que conta a história e vivência de Quirino Rodrigues, o último habitante de Ribeira Funda, uma aldeia isolada na ilha de São Nicolau.

Natasha Craveiro, da produtora KoriKaxoru Filmes, disse à Lusa que a história fala da vivência dos cabo-verdianos do cabo-verdiano, entrando em várias questões, como o ambiente, o envelhecimento, a emigração.

Depois da estreia nacional em São Nicolau em Outubro, o filme começa a ser exibido hoje na cidade da Praia, numa parceria institucional e financeira entre o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas.

“Omi nobu” recebeu o galardão de melhor documentário naquele que é um dos maiores festivais de cinema de África, a Fespaco, Festival pan-africano de cinema e televisão de Ouagadougou.

Em Dezembro, o filme vai ser exibido na ilha de São Vicente, também com três sessões.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,3 nov 2023 8:04

Editado porAndre Amaral  em  24 jul 2024 23:30

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