Documentário “Homofobia em Cabo Verde: caso ilha de Santiago” exibido hoje na Praia

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,28 jun 2023 16:34

O documentário “homofobia em Cabo Verde: caso ilha de Santiago”, de Sílvia Moniz, vai ser exibido hoje no Palácio de Cultura Ildo Lobo, na Praia, e mostra que os principais homofóbicos são pessoas idosas, e de sexo masculino.

Produzido a partir de narrativas de pessoas da comunidade LGBTQIA+ e de santiaguenses, o documentário foi o trabalho final de curso de Sílvia Moniz, candidata ao grau de licenciatura no curso de comunicação multimédia, variante audiovisual, no ano de 2021.

Hoje a homofobia estará, também, em discussão no Palácio de Cultura Ildo Lobo, na cidade da Praia, por ser uma problemática bem assente e actual na sociedade cabo-verdiana.

O trabalho, conforme avançou Silvia Moniz à Inforpress, descreve a percepção de santiaguenses sobre a homofobia e identifica os principais obstáculos dos indivíduos em aceitar as relações não binárias.

O documentário traz ainda a narrativa de uma sociedade patriarcal, muito conservadora e machista, e durante o filme a comunidade LGBTQIA+ mostra seus obstáculos e frustração que muitas das são induzidas.

“Durante o trabalho foi notável que as pessoas não estão preparadas para relações não binárias na ilha. Somos uma ilha muito conservadora, heterocentrada e tem alguns factores que precisam de atenção, sobretudo a questão da educação, carece de legislativos de estudos porque não há não há literatura específica sobre a matéria”, ressalvou a autora da obra.

Antes do produto final, explicou que foi feito todo um trabalho de fundo, pesquisas e recolha de dados porque não há nada em concreto sobre o tema no país, sendo esta uma das motivações que a levou a desenvolver este projecto.

Segundo Silvia Moniz, o estudo mostrou ainda que a idade, o sexo e o nível de instrução é um factor importante para perceber a homofobia na ilha, sendo que os idosos e o sexo masculino são os menos instruídos e tendencialmente os mais homofóbicos.

A mesma considera que esta problemática ainda está bem assente na sociedade, que até então não houve “grandes mudanças”, uma vez que, argumentou, “as pessoas não estão abertas”.

“Há muita homofobia verbal, ou agressão verbal, principalmente, e como constatamos no trabalho é que muitos delas são um convite sexual”, disse a autora do filme que contou com a participação de sete personagens, dos quais lésbicas, gays, trans e uma psicóloga.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,28 jun 2023 16:34

Editado porAndre Amaral  em  24 mar 2024 23:28

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