Adaptada do romance do escritor cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa, a peça parte do último dia de vida de Amílcar Cabral para falar do seu pensamento e da sua obra. A peça é interpretada por João Paulo Brito, dirigida por Flávio Hamilton e com uma equipa formada por artistas dos dois países.
O actor João Paulo Brito, disse esta quarta-feira, 17, na conferência de imprensa sobre o espectáculo, na Praia, que esperam que a apresentação da mesma seja muito especial para as duas companhias de teatro.
João Paulo Brito afirmou que a ideia do projecto nasceu em Setembro de 2018, na cidade da Praia. “Percebemos que havia uma vontade de todos, no seu percurso abordar a figura de Amílcar Cabral, pela relevância na nossa história e identidade”.
O actor espera que o espectáculo impacte de alguma forma as pessoas. “Para além de gostar que é uma coisa muito subjectiva, espero que o espectáculo de alguma forma desperte alguma coisa nas pessoas e que levanta alguns questionamentos. Gostávamos que a comunidade acadêmica estivesse presente, porque acho que é importante”.
Depois da estreia no sábado, na Cidade da Praia, as companhias de teatro querem levar o espectáculo para os festivais de teatro que acontecem em Cabo Verde. “Em Cabo Verde, há interesse manifestado, pelo menos informalmente, com os três festivais de teatro: o Mindelact que acontece em São Vicente, o TEARTI, na Praia e o Sal Encena, na ilha do Sal. Já há acordo verbal para que aconteça”.
Além disso, as duas companhias teatrais querem que o espectáculo circule o máximo possível não só em Cabo Verde como noutros países. “Acho que é importante que o espectáculo chegasse a Portugal, Senegal, Estados Unidos, Angola, e temos uma vontade especial que o espectáculo vá a Guiné-Bissau, a terra onde o Cabral nasceu e estamos a trabalhar neste sentido, para além da circulação que pode acontecer, particularmente no espaço lusófonos”.
“Vamos agora preparar uma carreira de espectáculo de alguns dias a acontecer aqui na Praia, mas ainda não temos uma data prevista, mas será para breve. Depois vamos reunir todos e fazer uma programação, porque há um grande interesse que este espectáculo circule em Cabo Verde o máximo possível. Mas que também chegue às comunidades cabo-verdianas fora de Cabo Verde”, revela.
Para João Paulo Brito, ser único actor em palco é desafiante, apesar de ter alguns anos de palco, “mas é o meu primeiro monólogo, e acaba por ser um trabalho um pouco solitário, pois o jogo teatral, a contacena que às vezes dá algum tipo de suporte e de alento, entretanto senti muito abraçado por toda a equipa, e é uma equipa grande de criativo”.