Segundo o músico e promotor do espectáculo Áfrika Aki, Alcides Nascimento, “há uma sonoridade musical africana, muito própria, resultado de uma partilha musical que já leva muitas décadas e que aproxima os músicos e artistas da Guiné, Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé”.
“Quando estes músicos se juntam, conseguem harmonizar os ritmos e as formas de fazer música, muito próprios de cada um, e de cada cultura, daí resultando algo único e novo que acontece em Lisboa”, afirmou.
Para este espectáculo está garantida a energia de “um encontro em que a musicalidade não se repete, porque vem da felicidade do momento e que só acontece quando estes músicos se juntam”.
Filho do cantor cabo-verdiano Bana, Alcides Nascimento recorda o “ambiente mítico” do Clube Monte Cara, uma discoteca africana em Lisboa, que abriu as portas em 1976.
“O que vivi, para além de testemunhar o trabalho dos meus pais, foi perceber a importância social da integração dos africanos em Lisboa: finalmente tinham um local onde encontravam a sua cultura, e onde o convite aos portugueses a fazer parte foi aceite”, observou.
Sobre o B.leza, de que foi responsável pela programação desde a abertura, em 1995, até 2007, Alcides Nascimento refere que, “apesar de as pessoas o verem como um espaço de música africana”, sempre trabalhou “com base na ideia de uma casa à imagem de Lisboa, tentando sempre potenciar a musicalidade e a cultura existente na cidade”.
“Muitos artistas e músicos com boas ideias conseguiram fazer a sua carreira a partir deste palco que, com quase 30 anos de existência, se tornou uma sala de espectáculos de pequena dimensão, imprescindível à cidade e ao país”, adiantou.
Micas Cabral, vocalista da banda Tabanka Djazz, Mario Marta, considerado uma revelação da música de Cabo Verde, e Chalo Correia, cantautor com uma sonoridade que recebe o legado dos clássicos de Angola, como Ngola Ritmos, David Zé, Urbano de Castro e Kiezos, prometem uma noite inesquecível.