Segundo o artista, o Teatro Cine de Torres Vedras desenvolve, entre 2022 e 2025, um programa de residências de criação artística que posiciona o Carnaval como uma manifestação cultural e artística própria.
Djam Neguin afiança que a residência artística intitulada “Práticas de Carnaval: Corpo, Cultura e Lugar”, tem como objectivo reflectir sobre o papel do Carnaval na sociedade, destacando a sua potência expressiva e suas dinâmicas de participação colectiva.
“O programa distingue-se pela sua abordagem inovadora, promovendo a interação entre artistas e a comunidade carnavalesca local, incentivando colaborações e novas parcerias”, frisa.
Conforme o artista, a iniciativa visa explorar as diversas camadas simbólicas do Carnaval, desde suas raízes históricas até suas manifestações contemporâneas, estimulando diálogos entre tradição e experimentação artística.
Neste sentido, Djam Neguin afirma que este convite destaca o mérito do seu percurso artístico e intelectual, bem como a relevância do seu trabalho na investigação das máscaras como ferramenta de afirmação cultural, identidade e subversão.
O artista considera que a presença na residência marca um momento significativo na interação entre as tradições do Carnaval de Torres Vedras e as perspectivas artísticas contemporâneas, ampliando o diálogo sobre as formas de expressão carnavalescas no século XXI.
Djam Neguin conta que desde 2020 que tem se aprofundado na investigação sobre as máscaras em diferentes culturas e manifestações artísticas, analisando seu papel como ferramenta de transformação, camuflagem e resistência. “O meu trabalho examina como a máscara pode desafiar e, ao mesmo tempo, reforçar estruturas sociais, ampliando o entendimento sobre identidade, subversão e pertencimento”.
Durante a residência, Djam Neguin vai desenvolver um conjunto de criações que combinam pesquisa, experimentação e colaboração com a comunidade local.
Os resultados da sua participação podem incluir: Foto Performances, explorando a relação entre corpo, máscara e identidade dentro de uma estética afro-futurista e queer; Intervenções urbanas, propondo performances de rua que problematizam a relação entre anonimato e visibilidade nos festejos carnavalescos.
Instalações audiovisuais, reunindo imagens e sons colectados durante a residência para uma experiência sensorial que confronta as ambiguidades do Carnaval e performances experimentais, que desafiam os limites entre tradição e contemporaneidade, propondo novas formas de encenação do corpo mascarado são outros resultados da sua participação neste evento.