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A apresentação do livro aprazado para a partir das 19:30, no espaço Porto Editora/Bertrand Editora, vai estar a cargo do escritor e editor Francisco José Viegas.
“O livro incide sobre um período da história de Portugal, que é no início do século XIX (1832 a 1836), foi uma altura em que decorreu uma guerra que opôs dois irmãos e reis D. Miguel e D. Pedro. D. Miguel representava o antigo regime, o rei absoluto e com o poder absoluto e o D. Pedro representava o liberalismo que é o rei tem que dividir o poder com a assembleia/parlamento (…)”, explicou à Inforpress Joaquim Arena, autor do livro que faz parte da trilogia iniciada em 2017.
Ou seja, continuou, esta divergência entre os dois irmãos e reis levou o país para uma guerra civil, que foi ganha por D. Pedro e Portugal passou a ter uma monarquia constitucional.
Na sequência, o rei D. Miguel exilou-se em Roma e tentou voltar para recuperar o trono, tendo lançado um apelo aos seus partidários em Portugal.
Por outro lado, na Serra Algarvia constituiu-se um grupo de revoltosos – um bando chefiado por Remexido – e durante dois anos assaltaram cidades e as vilas no Algarve.
No entanto, o líder desta guerrilha que durante os dois anos matou muita gente foi capturado, julgado e fuzilado.
O livro, segundo Joaquim Arena, foi baseado nas memórias da filha [Marciana] deste líder rebelde juntamente com as de um soldado de origem africana [Domingos], considerado um dos melhores atiradores do bando liderado por Remexido.
Acrescentou que a história que escreveu é uma interpretação sua, e gira à volta dessas memórias, em que procurou reconstituir este período da história de Portugal.
Joaquim Arena observou que é uma história romanceada, tendo em conta que há muita ficção, e inventou parte dos acontecimentos que narra no livro.
“As mortes do meu pai” é parte de uma trilogia que o escritor começou em 2017 com “Debaixo da nossa pele – Uma viagem”, distinguido com a menção honrosa do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura e depois seguiu-se “Siríaco e Mister Charles” em 2022, que venceu o Oceanos 2023- Prémio de Literatura em Língua Portuguesa, na categoria prosa.
“Portanto, é uma trilogia em que procurei dar voz a estas populações da origem africana que existiram e viviam em Portugal (…), e que a história acabou por esquecer e silenciar (..). O meu objectivo foi dar-lhes espaços e uma voz e uma face e trazê-los à vida e mostrar que os africanos estão em Portugal há muito”, enfatizou Joaquim Arena.
Joaquim Arena é licenciado em Direito e dedicou-se à música e ao jornalismo, sendo autor dos livros “Um farol no deserto” (2000, IPC), “A verdade de Chindo Luz” (2006, Oficina do Livro) e “Para onde voam as tartarugas" (2010, Caminho).
E ainda “Sabor da água da chuva e outras memórias da amiga perfeita”, Prémio Literário Arnaldo França 2022, instituído pela Imprensa Nacional em Cabo Verde.
O autor tem obras traduzidas na China, nos Estados Unidos, em Espanha, na Itália e na Sérvia e ainda em 2024 terá obras publicadas no Brasil.
