Entre elas, a necessidade de uma maior solidariedade dentro e entre as sociedades, o crescimento da digitalização, a necessidade de alcançar um desenvolvimento sustentável, a procura crescente de credibilidade e a necessidade de construir resiliência face ao impacto económico da pandemia COVID-19. Como tal, as recomendações apelam ao COI e ao Movimento Olímpico para fortalecer a singularidade e universalidade dos Jogos Olímpicos, promover jogos sustentáveis, continuar a atrair os melhores atletas e fortalecer ainda mais o desporto seguro e a proteção dos atletas.
Outras recomendações exortam o COI a reforçar e a promover o caminho para os Jogos Olímpicos, a coordenar a harmonização do calendário desportivo, a reforçar o papel do desporto como um importante facilitador dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, a reforçar o apoio aos refugiados e populações afetados pelos deslocamentos e a alcançar além da comunidade olímpica. O debate contínuo em torno da Regra 50 e o direito dos atletas a protestarem nos Jogos é referenciado em termos vagos, com uma recomendação a apelar ao COI para que "reforce os direitos e responsabilidades dos atletas".
Algumas recomendações centram-se no mundo digital, que tem vindo a crescer em importância durante a pandemia, à medida que as Federações Internacionais realizam eventos virtuais. É recomendado aumentar o envolvimento digital com as pessoas, bem como incentivar o desenvolvimento de desportos virtuais e envolver-se ainda mais com as comunidades de E-Gamers. Por último, o COI deverá concentrar-se em tentar dar o exemplo na cidadania corporativa, no reforço do Movimento Olímpico pela boa governação e na inovação dos modelos de geração de receitas.
A Agenda Olímpica 2020+5 pretende basear-se nos resultados da Agenda Olímpica 2020, que foi aprovada em dezembro de 2014. A Comissão Executiva do COI finalizou o relatório de encerramento da Agenda Olímpica 2020, e descreve em pormenor cada uma das 40 recomendações feitas, as diferentes atividades realizadas para as implementar e o impacto que teve no COI e no Movimento Olímpico.
De acordo com o relatório, 88% das recomendações foram cumpridas. Será esta agenda 2020+5 irá em direção ao tão procurado reencontro com Pierre de Coubertin? Será que ela versa sobre a principal ameaça do Movimento Olímpico, que é a dos residentes dos países que recebem os Jogos Olímpicos encontrarem nestes um benefício para o seu país? Será que esta agenda vai ao fundo das questões relacionadas com os direitos humanos e os direitos dos atletas? Será que esta agenda contribui para que, mesmo garantindo a autonomia do Movimento Olímpico, se assegure a existência de mecanismos autorregulatórios e que promovam a transparência e boa governança?
Todos os que estão dentro do movimento olímpico tem de procurar ser uma resposta para estas questões, e que possam apoiar o COI na sua visão de criar um mundo melhor através do desporto.