Podemos assim dizer que a figura na qual irei abordar hoje, teve um papel sui generis na diplomacia portuguesa e engrandecera a reputação dos homens das ilhas de Cabo Verde em serviço da metrópole.
Um ano após a última grande guerra mundial -em 14 de outubro de 1946 - nasce em Cabo Verde, na ilha de São Vicente, na cidade de Mindelo, Aristides Alegre Vieira Gonçalves.
Apesar do seu nascimento em São Vicente, pouco mais se tem relato público sobre a sua história vivida naquela ilha.
Sendo Cabo Verde no período uma província ultramarina e Mindelo ter alguma franja populacional portuguesa, presume-se que pelos seus traços rácicos possa ser de família lusitana.
O que se sabe e está documentado é que com mais ou menos 19 anos - na década de 60 - já se encontrava em Portugal, muito certamente com a família de origem e também para realizar os seus estudos académicos em Direito na Universidade de Lisboa.
Naquele tempo, surgira o cruzamento entre o desporto os estudos. Segundo as informações fidedignas do Sporting Clube de Portugal, Aristides Vieira representou o clube leonino por duas épocas, entre 1965/1966 e 1966/67.
Pelo fato de ter sido jogador do Sporting Clube de Portugal, era bem provável que já praticasse a modalidade desde a sua minoridade.
Na época de 1965/1966, alcançou o seu primeiro título ao serviço do clube leonino sénior AA. Sob a liderança do treinador Guilherme Bernardes, o Sporting sagrou-se pela sétima vez campeão do Campeonato Regional de Lisboa.
Na época seguinte – em 1966/67 – sagrou-se novamente campeão, conquistando assim nas duas temporadas, bicampeão pelo Sporting Clube de Portugal na região de Lisboa.
Depois do tremendo mérito desportivo em Portugal, terminou no mesmo período o ensino superior, formando-se em Direito.
No contexto profissional, teve uma carreira brilhante!
Somou vários cargos em prol do governo português, destacando-se ao longo do seu percurso, em vários cargos que se seguem:
Adido da embaixada de Portugal em 1971, Segundo e Terceiro Secretário de embaixada em 1974, Cônsul em Nancy (França) em 1976, funcionário e Primeiro-Secretário de embaixada em 1979, chefe da Divisão de Intercâmbio e Bolsas da Direção de Serviços da Ação Cultural na secretaria de Estado em 1981, Cônsul-Geral e Conselheiro de embaixada em Luxemburgo em 1985, Cônsul-Geral em Maputo (Moçambique) em 1989 e Adjunto do Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros em 1991.
No ano de 1992, foi auditor do 81º curso do Colégio de Defesa da NATO em Roma (Itália) e comissário de serviço na Embaixada no mesmo país em 1993.
Esteve ainda em vários cargos, destacando-se como Conselheiro Técnico no gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas em 1993, foi Subdiretor Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas em 1994, desempenhou o papel de Cônsul-Geral em Genebra (Suíça) em 1996 e chegou ao cargo de Ministro Plenipotenciário de 1ª classe em março de 1998.
Não obstante, depois de vários serviços prestados pelo seu país e pela sua carreira ímpar, recebeu por parte do governo grego e português, duas grandes condecorações: primeiramente, a grande-oficial da Ordem da Fénix por parte do governo helénico e seguidamente, por parte de Portugal, foi condecorado com o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, pelos anos e excelência em prol da política externa e diplomacia do país.
Por fim, ficam ainda várias histórias sobre a sua personagem desde a sua infância, quais os primeiros passos no basquete e também possivelmente outras histórias como agente da política externa de Portugal.
Aristides Alegre Vieira Gonçalves é um dos excecionais casos dos homens nascidos nas ilhas de Cabo Verde, tendo duas carreiras de sucesso, aliando a profissão com a meritocracia desportiva até algum período da vida.