Joana Rosa fez estas declarações aos jornalistas no âmbito da abertura da formação promovida pela Organização Nacional Antidopagem de Cabo Verde (ONAD-CV).
A acção, dirigida a inspectores da Polícia Judiciária, Polícia Nacional e outros profissionais envolvidos na prevenção e investigação de infracções antidopagem, visa reforçar a capacidade nacional de combate ao uso de substâncias ilícitas no desporto.
A ministra sublinhou que, além de prevenir e proteger a saúde dos atletas, este é um esforço conjunto que envolve várias entidades e deve ser alargado a outras ilhas, criando uma consciência nacional sobre o problema.
Segundo a mesma fonte, a formação visa capacitar inspectores da Polícia Judiciária, Polícia Nacional, alfândegas, técnicos farmacêuticos e outros profissionais, directamente envolvidos na prevenção, detecção e investigação de infracções antidopagem.
A governante destacou ainda que o combate antidopagem é um problema global, mas que também tem uma forte relevância a nível nacional, sendo uma prioridade para o Governo de Cabo Verde.
"Esta formação vem capacitar os nossos profissionais para actuar de forma eficaz na investigação de ilícitos relacionados com o ‘doping’. O trabalho em rede e a integração entre as diferentes instituições, como as alfândegas, a Polícia Judiciária e a Polícia Nacional são cruciais para garantir um combate eficaz", reforçou Joana Rosa.
Por sua vez, o presidente da ONAD-CV, Emanuel Passos, afirmou que esta formação tem uma grande importância para a estratégia da ONAD-CV, pois contribui para criar condições que reduzam a disponibilidade de substâncias proibidas no território nacional.
"A orientação internacional é clara. Todos os Estados e Governos devem criar condições para limitar a disponibilidade dessas substâncias e métodos, além de estabelecer um regime sancionatório robusto para penalizar criminalmente o tráfico", afirmou.
Questionado sobre a criação de um laboratório de análise antidopagem no país, o presidente considerou a ideia como um "sonho utópico" e explicou que, devido à realidade do país e ao contexto africano, a criação de um laboratório acreditado pela Agência Mundial Antidopagem é um processo muito complexo e distante.
Em relação ao número de casos de dopagem identificados até o momento, Emmanuel Passos revelou que, desde 2017, a ONAD-CV conseguiu identificar 23 casos de atletas infractores.