Torcida dos Tubarões Azuis vibra com classificação histórica de Cabo Verde ao Mundial

PorAnilza Rocha,15 out 2025 11:53

Cabo Verde está no Mundial. Os cabo-verdianos que assistiram em ecrãs gigantes ao derradeiro jogo de apuramento frente a Eswatini, vibraram, dançaram e comemoraram o momento histórico para o país. Vitória por 3- 0 carimbou a passagem para o Mundial.

Antes mesmo da 15h, horário marcado para início da partida, os torcedores dos Tubarões Azuis, começaram a instalar-se no largo de Quebra Canela à procura de um lugar onde pudessem fugir ao sol e a temperatura quente que se fazia sentir.

Com o atraso na transmissão, por problemas técnicos, alguns adeptos não esperam pelo ecrã, e assistiram os minutos iniciais nos seus telemóveis. Resolvido o problema, toda a atenção se voltou para o jogo no ecrã gigante ali instalado.

No primeiro tempo, o pouco público presente, reagia a cada lance mais perigoso da Selecção Nacional. Mesmo que longe do relvado central da disputa, os adeptos levantavam a moral dos Tubarões Azuis com aplausos e palavras motivacionais. Mulheres, homens e crianças torciam calorosamente e protestavam contra o comportamento da equipa adversária.

Na segunda parte do jogo, foi só alegria e cânticos com os três golos marcados. Mas a festa só começou realmente quando ouviram: “Cabo Verde está no Mundial”.

Os adeptos de camisola Azul no largo de Quebra Canela rejubilaram e dançaram. Era o momento, então, de festejo com direito a animação de DJ.

“Na verdade, era uma vitória esperada” apontava Nilson Rosa no final do jogo que garantia que tinha feito um prognóstico de 3 a 0. “Acertei em cheio”.

Para este adepto estão reunidas as condições para “tudo dar certo no Mundial. Só esse jogo nos mostrou que teremos um bom resultado em 2026. As jogadas durante toda a partida foram um espetáculo. Jogaram lindamente em colectivo”.

Nilson destacou as prestações de jogadores como Ryan Mendes e Daylon Livramento que, no seu entender, “foram incríveis”, mas guardou um lugar especial para Stopira que entrou perto do fim “e matou tudo”.

“Na segunda-parte mostramos o que valemos. 3 a 0 é o suficiente. Daqui para frente é uma nova luta. Agora com a nossa classificação, pretendo a partir de segunda-feira, começar a procurar passagem, porque quero ir apoiar o meu país”.

Érica Gonçalves era uma adepta orgulhosa no final do encontro frente ao Eswatini.

“Estou muito contente com a vitória dos tubarões. É a primeira vez que Cabo Verde vai para o Mundial, sinto-me orgulhosa”.

Não viu o jogo desde o primeiro minuto, mas estava em Quebra Canela “para a festa, para comemorar”. “Acredito, sim, que podemos ir longe no mundial”.

O orgulho não cabia no peito de Graciano Gomes, outro adepto dos Tubarões Azuis que marcou presença em Quebra Canela para ver o jogo.

“Estou cheio de orgulho”, apontava no final do encontro explicando que na primeira parte “talvez o vento tenha atrapalhado um pouco a nossa selecção. Mas, na segunda parte, Cabo Verde mudou o jogo”.

Os olhos estão agora no Mundial.

Festa em São Vicente

São Vicente comemorou também este grande feito e mostraram-se orgulhosos da selecção cabo-verdiana. Foram várias as pessoas, desde crianças de tenra até à terceira idade, que se deslocaram ao pontão da praia da Laginha para assistirem ao jogo, na tela gigante colocada no espaço, e que não se desmobilizaram nem mesmo com o sol abrasador.

“Foi uma boa vitória”, referiu Francisco Bettencourt em declarações à Rádio Morabeza.

Este adepto dos Tubarões Azuis tem a esperança que no mundial os jogadores da selecção “vão-nos dar uma vitória para festejarmos aqui, como se estivéssemos com eles no campo”.

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Fancisco Bettencourt não tem dúvidas que nos Mundial Cabo Verde vai “jogar de igual para igual, pois os nossos jogadores têm moral para isso”.

“Já é uma conquista estar no Mundial”, conclui.

O apuramento de Cabo Verde para o Mundial é “algo incrível”, referia Janine Chantre que tinha estado a acompanhar o jogo em Mindelo.

“Muitas pessoas esperaram anos para ver Cabo Verde no Mundial, e eu inspirada por eles a acreditar”, lembrou referindo de imediato que “só o facto de chegar ao Mundial é uma grande vitória”.

Agora defende o que é preciso é “continuar a passar essa energia positiva para os nossos jogadores”.

Quando o árbitro apitou para o final do encontro e Cabo Verde viu confirmado o apuramento, Ivo Melício ficou “sem palavras”.

“Estou super contente de ver como o povo é unido. Desejo que seja sempre assim. Também espero que o país tenha uma boa prestação no Campeonato do Mundo. Temos uma boa selecção, que nos transmite confiança. A expectativa é que tudo dê certo”.

“Nós, a geração recente, somos privilegiados por ver Cabo Verde no Mundial”, declarava Jandir Évora no final do jogo que opôs Cabo Verde a Eswatini. Agora é esperar pela estreia no Mundial. “É onze contra onze, futebol, mas não posso dizer que será igual para igual, porque há selecções experientes que já foram algumas vezes para esta grande competição. Mesmo assim tenho fé. Temos de jogar com a humildade, temos bons jogadores, com experiência fora. Isto é uma vantagem”.

Adeptos festejam por todo o país

A ilha da Boa Vista juntou-se à festa nacional com euforia, batucada e orgulho celebrando a inédita classificação da Selecção Cabo-verdiana de Futebol para a Copa do Mundo FIFA 2026.

Conforme a Inforpress, a conquista dos "Tubarões Azuis" ultrapassou o pátio do Centro de Artes e Cultura (CAC) e estendeu-se pela cidade de Sal Rei, com muita música e apitos de carros, numa manifestação contagiante de alegria e orgulho que uniu toda a ilha, onde nasceu Bubista, o treinador da seleção nacional.

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Os são-nicolauenses também saíram às ruas para festejar a histórica qualificação. Na cidade da Ribeira Brava, centenas de pessoas reuniram-se no pavilhão desportivo para assistir, em tela gigante, à partida da selecção nacional. Os festejos começaram ainda muito antes do apito final.

Na cidade da Ribeira Grande, Santo Antão, ruas, bares e praças encheram-se de alegria, buzinas e gritos de orgulho nacional.Carros a apitar sem parar, tambores e música deram o tom de um dia que ficará marcado na memória colectiva.

A ilha Brava não ficou de fora deste festejo. Nas ruas de Nova Sintra, bandeiras azuis no ar, buzinas ecoavam por cada esquina e os bravenses, de todas as idades, celebravam com orgulho no coração.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1246 de 15 de Outubro de 2025.

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Autoria:Anilza Rocha,15 out 2025 11:53

Editado porClaudia Sofia Mota  em  27 out 2025 21:19

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