Os dados são da True Luxury Travel, que reuniu o Global Travel Search Index, e são citados numa reportagem do The Telegraph intitulada “As ilhas africanas que todo o mundo quer visitar”.
O texto começa por apontar os aspectos que recomendam Cabo Verde como destino de férias: sol todo o ano, “praias fascinantes, rotas de caminhadas vulcânicas e uma cena musical animada, para não mencionar voos directos do Reino Unido com menos de seis horas, e nenhuma diferença horária – logo nenhum jet lag a enfrentar”.
São qualidade que aparentemente já toda a gente conhece, tendo em conta o número de pesquisas: um honroso segundo lugar, no top três de 2017 - entre Barcelona (1.º) e Amesterdão (3.º) – graças a uma subida de 3000% nas pesquisas em 12 anos.
No entanto para ter uma ideia em termos de aumento das pesquisas, 3000% é assinável, sendo que o segundo lugar vai para os Emirados Árabes Unidos, com uma subida de “apenas” 681% desde 2004. Na África Ocidental aparece um outro país em destaque, a Nigéria, com incremento de 145%.
Na tabela oposta, ou seja, os países que apresentam maior queda está a Líbia em primeiro lugar (88,87%), seguida de muito perto da Tunísia (88,19%) e a maior distância pelo Paraguai (86,09%). Na sub-região temos no top 10 negativo a Côte d’Ivoire (85,04%)
Visitas “reais” menos expressivas
É preciso porém ter em conta, como realça o artigo, é óbvio que nem todas as procuras se traduzem em visitas. Em 2016 o país recebeu 644.000 turistas, contra, por exemplo, 5,7 milhões recebidos por Tenerife.
Mas há um aumento. Face a 2015, o aumento de turistas, o número de visitantes subiu 13,6%).
“A razão-chave para o aumento do volume da procura por Cabo Verde deve-se a uma muito maior acessibilidade às ilhas”, disse ao The Telegraph Henry Morley, fundador da True Luxury Travel.
Uma maior disponibilidade de voos directos, bem como de aeroportos (o artigo erra nesta questão, dizendo que “foram abertos aeroportos em todas as ilhas habitadas) são apontados como factores directos para que o destino ganhe força e chame a atenção dos potenciais turistas.
Popularidade vai continuar a crescer
Pelo menos é isso que pensa Rachel Cranshaw, da Telegraph Travel, que este ano visitou o Sal. Também ela destaca os voos directos, de 6 horas, sem diferença horária, e a maior garantia de dias solarengos do que as Canárias. “É muito mais barato e perto do que as Caraíbas”, acrescenta, citada no artigo.
Mas nem tudo são boas críticas. Para esta “expert”, o Sal é muito ventoso durante grande parte do ano (“apesar de isso o tornar um grande destino de Kite-surfing”), árido e não tem grande oferta a nível de cultura ou gastronomia.
Um outro entrevistado - Andrew Purvis, vice-editor de viagem relembra Cabo Verde da sua viagem em 2012, e refere a falta de voos inter-ilhas, e o facto de não haver muito que fazer no Sal e Boa Vista, a não ser “aparcar na praia e talvez tentar alguns desportos aquáticos”.