Com 241 quartos, dos quais 24 são suites e uma suite presidencial, o Hotel Hilton quer marcar posição no mercado turístico nacional posicionando-se fora do tradicional sistema de turismo all inclusive.
Apesar de ainda não ter cumprido três meses desde que abriu portas, os responsáveis do Hilton mostram-se confiantes na aposta feita em Cabo Verde e garantem, mesmo sem revelar números concretos, que a taxa de ocupação do hotel tem estado sempre entre os 70 e os 85%.
Dotado de dois restaurantes, dois bares, uma piscina, um kids club, ginásio e spa, o Hilton emprega 280 funcionários, na sua maioria cabo-verdianos.
O grupo Hilton é um dos maiores operadores turísticos a nível mundial, proprietário de “14 marcas onde se incluem o Waldorf Astoria, Conrad’s e Hilton”, explicou, em conferência de imprensa Rudi Jagersdascher, presidente do Grupo Hilton para o Médio Oriente, África e Turquia.
Ao todo, este grupo detém 5.200 hotéis espalhados por todo o mundo e “temos actualmente mais dois mil a serem construídos”, acrescentou Jagersdacher. Na área da sua jurisdição, explicou Rudi Jagersdacher, o grupo Hilton tem no Médio Oriente, África e Turquia “uma centena de hotéis e temos em construção mais 169”, dos quais 37 estão localizados em África.
No entanto, Jagersdacher lança um aviso, para que o tipo de turismo e de turistas que o Hilton serve, é preciso que Cabo Verde procure novas clientelas e crie condições e abra novas ligações aéreas. “São precisos voos regulares e de diferentes destinos para que o cliente de alto nível, que normalmente não procura voos charters ou pacotes de “all inclusive”, tenha esta flexibilidade”, adiantou.
Para além do Sal, o Hilton vai construir uma outra unidade na cidade da Praia cujas obras “deverão começar nos próximos meses”, uma vez que o objectivo é “concluir dentro de 18 a 24 meses”, explicou o vice-presidente do Hilton para África e o Oceano Indico, Jan van der Putten. Quanto a um aumento da presença do grupo em Cabo Verde, este responsável afirmou que o objectivo do grupo, no imediato, é “esperar para ver como se vai dar o desenvolvimento das duas unidades hoteleiras” (Sal e Praia), não estando previstas, no imediato, novas unidades hoteleiras com a marca Hilton em Cabo Verde.
“País de gente extraordinária”
“Escolhemos Cabo Verde porque suas gentes são extraordinárias e o Governo tem abertura para com os investidores. O país tem estabilidade política e social, bom clima e pessoas qualificadas”, declarou Jacques Monnier, um dos promotores do hotel.
“A primeira vez que vim a Cabo Verde nunca imaginei que alguns anos depois teria a oportunidade de juntos participarmos na inauguração do mais belo hotel do país”.
Mas para que este resort de luxo se tornasse uma realidade foi preciso percorrer um caminho longo, “muito longo, mas finalmente conseguimos. Cabo Verde é um destino turístico de all inclusive, mas nós pensamos de forma diferente. O turismo não funciona assim. Construímos hotéis de alto ‘standing’ e teremos turistas com maior poder de compra”, considerou.
“Eu penso que o Hilton está abrindo um caminho. Cabo Verde é um país extraordinário que tem todas as condições para se posicionar neste segmento de alto ‘standing’: estabilidade política, clima balneário durante todo o ano, medidas de incentivo ao investimento e pessoas qualificadas”, analisou.
“Cabo Verde está a oferecer mais qualidade”
“Hilton é uma marca conhecida mundialmente e significa, também, um turismo de standing mais elevado, com possibilidade de atrair uma clientela diferenciada, um turismo de mais alto rendimento”, apontou Ulisses Correia e Silva à chegada para a cerimónia de inauguração.
O facto de esta nova unidade hoteleira não se incluir na tradicional oferta all-inclusive vem trazer a Cabo Verde uma oferta turística a que o país não está habituado.
“Introduz um segmento interessante e para Cabo Verde que é aquilo que nós queremos da projecção da economia do país através do turismo para que este seja o mais diversificado possível” e dessa forma, como defendeu o Primeiro-ministro, Cabo Verde seja capaz de atrair turistas de outros mercados “como o dos EUA que através do Hilton estarão muito mais ligados à oferta de qualidade que estamos a tentar construir”.
Presente na cerimónia esteve também o presidente da Câmara Municipal do Sal, Júlio Lopes. “Estamos a atrair uma marca mundial de grande prestígio que é a Hilton e acredito que é desta forma que atingiremos os nossos objectivos para que possamos atrair turistas com maior poder de compra. E isto só é possível graças à parceria com o privado que investe e o sector público que tem que criar as condições para este investimento”, avançou. “E garanto que a qualidade dos hotéis em Cabo Verde vai ser diferente a partir de agora”, assegurou.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 844 de 31 de Janeiro de 2018.