Segundo o ministro, a necessidade de “uma solução urgente” para o desafio do financiamento é, sobretudo, no contexto de graduação de Cabo Verde a País de Desenvolvimento Médio e face à persistência de défices no que respeita ao acesso ao financiamento por parte das micro, pequenas e médias empresas e aos instrumentos de apoio à internacionalização de empresas cabo-verdianas.
“Sem investimento produtivo, não há crescimento económico sustentável e sem financiamento às empresas não há condições para que estas prosperem”, disse o ministro de Estado, dos Assuntos Parlamentares e Presidência do Conselho de Ministros, que falava no acto de abertura do fórum: Operadores de Bolsa, Intermediários Financeiros e Brokers, enquadrado nos 20 anos da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC).
O governante lembrou ainda que “sem empresas prósperas e em expansão não haverá também criação de empregos em Cabo Verde".
“Assumimos a missão primeira de promover a melhoria das condições de financiamento à actividade produtiva e um forte programa de captação do Investimento Directo Estrangeiro”, sublinhou Fernando Elísio Freire.
Nesta perspectiva, o ministro sublinhou também que a praça financeira é crucial para que Cabo Verde venha a atingir os objectivos de “desenvolvimento forte e inclusivo”.
Para Elísio Freira, “o grau de subdesenvolvimento de Cabo Verde também se exprime, de forma clara, no mercado financeiro".
“Dominam o mercado financeiro seis pequenos bancos, cuja capacidade de intervenção na economia é modesta, dado os seus limitados recursos de capital, seja tomado isoladamente seja de forma consolidada”, afirmou o ministro.
Para além destes seis bancos, o ministro referiu-se também às duas companhias seguradoras que“apenas intervêm no mercado doméstico".
"Uma pequena sociedade de capital de risco e uma modesta” Bolsa de Valores, compõe o resto do sistema financeiro nacional.
“Basicamente, é este o mercado financeiro cabo-verdiano, com poucos meios para responder às necessidades do mercado. A essa realidade há que associar, ainda, a dimensão da economia, incapaz de gerar a poupança necessária para as necessidades do seu financiamento”, afirmou.
Face à situação, Fernando Elísio Freire disse que “é preciso dar consistência e credibilidade à Bolsa de Valores de Cabo Verde. O papel da BVC no financiamento da economia é crucial”, salientou.
“Estamos a criar as condições para o que o mercado de capitais e da Bolsa de Valores de Cabo Verde se desenvolva, de modo a que possa garantir liquidez ao mercado secundário”, prometeu o ministro no seu discurso.
Entretanto, recordou que o Governo tomou algumas medidas para diminuir o problema do financiamento das empresas, como liberalizar a movimentação de capitais e rever o Código de Benefícios Fiscais.