Cimenteira do Porto Novo ainda sem solução à vista cinco anos após encerramento

PorExpresso das Ilhas,19 jun 2018 13:52

​A fábrica de produção de cimento pozolânico do Porto Novo, Cabocem, encerrada há precisamente cinco anos, continua sem solução à vista, apesar da “ofensiva diplomática” desencadeada, nos últimos anos, pelas autoridades locais visando o seu relançamento.

Apesar dos contactos encetados, ultimamente, junto do Governo e de potenciais investidores não se vislumbra ainda “qualquer solução concreta” em termos de reabertura desta cimenteira, encerrada em Junho de 2013, por alegadas dificuldades financeiras, informou à Inforpress edilidade porto-novense.

O vereador pela área de promoção empresarial da câmara do Porto Novo, Valter Silva, disse à Inforpress que o Governo está na posse de “um dossiê” sobre essa indústria e existe um compromisso do executivo de trabalhar com a autarquia na procura de um parceiro estratégico para a fábrica, mas “ainda não há nada de concreto”, avançou.

O estado de abandono da fábrica de cimento pozolânico, propriedade de um grupo de investidores italianos, tem estado a preocupar os porto-novenses, que pedem aos responsáveis locais para, junto do Governo, encontrar uma saída para esta indústria cimenteira “de grande potencial” para Santo Antão.

No entender do munícipe Henrique da Luz, o Governo e a Câmara Municipal do Porto Novo deveriam encontrar uma saída para pôr de pé essa fábrica, tendo em conta a sua importância para a economia deste concelho.

João da Luz partilha desta opinião, apelando a “quem de direito” para “olhar” para essa fábrica que, a seu ver, “está a cair no esquecimento”, apesar da “excelente qualidade” das pozolanas, que já foram utilizadas em importantes obras em Cabo Verde, Portugal e em Angola.

Os munícipes consideram que as pozolanas do Porto Novo, cujas jazidas estão estimadas em seis milhões de toneladas, foi sempre “um parente pobre” dos sucessivos Governos em Cabo Verde.

A fábrica de cimento pozolânico foi instalada em 2005, por um grupo de investidores italianos, num investimento a rondar os 500 mil contos.

Com um contrato de concessão da exploração das pozolanas durante 25 anos, o grupo de investidores tinha proposto produzir, anualmente, 80 a 100 mil toneladas de cimento pozolânico, além de derivados (telhas e outros) para o mercado nacional.

Mas, o empreendimento foi “sol de pouca dura”, já que, poucos anos depois, a fábrica situada em de Fundão, a cinco quilómetros da cidade do Porto Novo, começaria a enfrentar dificuldades financeiras, situação que, segundo a administração, deveu-se a problemas de mercado.

A actual equipa camarária tem aproveitado a vinda a Santo Antão de investidores e representações diplomáticas para abordar a situação da fábrica de cimento pozolânico e da necessidade do relançamento dessa indústria cimenteira, tendo em conta a sua importância para a economia local.

As cerca de duas dezenas de trabalhadores que ficaram no desemprego em 2013 ainda aguardam pelos salários atrasados (cinco meses) e indemnizações, na ordem dos três mil contos.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 863 de 13 de Junho de 2018.

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Autoria:Expresso das Ilhas,19 jun 2018 13:52

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  13 mar 2019 23:22

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