Através de nota de imprensa, o Ministério da Indústria Comércio e Energia esclarece que a 2 de Novembro, a Vivo Energy e a Enacol fizeram uma ordem de encomenda junto de um fornecedor para a entrega de JET fuel, na ilha do Sal, o que não aconteceu.
O Governo afirma ainda que, apesar das sucessivas insistências por parte das duas petrolíferas, só foi possível a entrega ontem, na ilha do Sal, de parte da encomenda.
Isto obrigou, de acordo com a mesma fonte, as petrolíferas “a gerir este processo, a partir do dia 26, com stock de reserva existente, de forma a satisfazer os compromissos assumidos com os clientes, sem pôr em causa os voos regulares, locais, regionais ou internacionais”.
O documento refere também que no caso do avião russo Ilyushin IL76, o aparelho foi informado antecipadamente destes constrangimentos, o que não demoveu a tripulação de escolher a ilha do Sal para voo de escala.
“Porém, partiu do Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (AIAC) na madrugada do dia 04 para 05 de Novembro”, acrescentou, garantindo que nos últimos três dias foram efectuadas cerca de 60 aterragens e descolagens e que não existem aparelhos estacionados na placa do AIAC por falta de abastecimento.
Ontem de manhã, o grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) criticou em conferência de imprensa a alegada ruptura de stock de combustíveis nos aeroportos, reiterando que se trata de uma situação que “provoca danos irreparáveis” para a imagem do aeroporto do Sal, para a credibilidade de Cabo Verde, enquanto país prestador deste serviço, para além de “prejuízos consideráveis” para a economia das ilhas.
“Este incidente desagradável provoca rombos avultados nos negócios das petrolíferas nacionais, erosão nos impostos que poderiam ser cobrados pelo Estado, prejuízos nos negócios da ASA, que perde em taxas e outros serviços, perdas aos serviços de catering e ainda transtornos aos serviços de handling”, criticou o líder do grupo parlamentar do partido, Rui Semedo.
O PAICV também acusou a ASA de “fugir com às suas obrigações legais, por não ter emitido informações às entidades nacionais e estrangeiras sobre o sucedido.”