Vera Gominho falava no âmbito das comemorações do Dia do Pescador Cabo-verdiano, que se assinala hoje (5) em todo o arquipélago, destacando que a data deve servir de reflexão sobre o papel que as associações e comunidades piscatórias desempenham no desenvolvimento do sector pesqueiro em Cabo Verde.
A sustentabilidade dos recursos pesqueiros, infra-estruturas, unidades de produção de gelo e aumento da capacidade em termos das embarcações são os maiores desafios enfrentados pelo sector.
“Temos o desafio da sustentabilidade dos recursos pesqueiros. A diminuição dos recursos pesqueiros é um fenómeno mundial, e Cabo Verde, pelas suas características, tem um potencial haliêutico reduzido. E temos ainda o aumento da capacidade em termos das embarcações de pesca e em termos de rendimento da autonomia, para que possam ter uma exploração maior em termos de captura dos recursos”, afirmou.
De acordo com a responsável dos Recursos Marinhos, o Governo vai investir cerca de 350 mil contos na recuperação de arrastadouros de pesca a nível nacional, valor previsto no Orçamento do Estado para 2019, e que abrange 70 pontos de desembarque, distribuídos nas 88 comunidades piscatórias do país.
A produção de gelo é outra preocupação.
“Temos algumas comunidades onde a produção [de gelo] é ainda insuficiente para cobrir o número de embarcações. Estamos a fazer um estudo, para priorizar em quais ilhas, porque praticamente em todas as ilhas, com excepção da ilha do Sal, temos algumas dificuldades em termos da produção de gelo”, disse, ressaltando que se está a fazer o levantamento de todas as unidades a nível nacional para a colocação de novas máquinas.
Cabo Verde tem mais 4.600 pescadores, 4.000 artesanais, que operam em mais de 1.600 botes, a partir de 97 pontos de desembarque espalhados por 73 comunidades piscatórias. 600 pescadores operam em 117 navios de pesca industrial.
Existem 1.500 peixeiras, 1.425 são mulheres chefes de família. Na produção de conservas, estão registadas 1.800 pessoas, 1.650 são mulheres.