Luanda Leaks apontam para Cabo Verde

PorExpresso das Ilhas,22 jan 2020 16:08

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Consórcio de Jornalistas de Investigação, que divulgou os Luanda Leaks, diz que Isabel dos Santos se serviu da sua posição de accionista maioritária no banco BIC Cabo Verde para escapar a maior escrutínio a que estava sujeita a nível internacional.

Segundo o ICIJ (sigla em inglês para Consórcio de Jornalistas de Investigação) Isabel dos Santos ter-se-á alegadamente servido do Banco BIC Cabo Verde para direccionar milhões de dólares em pagamentos de empreiteiros chineses e europeus que trabalham em projectos de construção em Angola.

“Os pagamentos”, escreve o ICIJ, “foram feitos aproveitando o ambiente regulatório mais leve de Cabo Verde e foram ordenados numa altura em que o escrutínio às suas actividades era cada vez maior no sistema bancário internacional”.

Isabel dos Santos, destaca o Finance Uncovered – um dos parceiros do ICIJ -, “comprou o banco em 2013. Nesse mesmo ano, “os reguladores de Cabo Verde aparentemente renunciaram às regras de propriedade e concederam uma licença bancária”.

Isabel dos Santos era, na altura, vista como uma Pessoa Politicamente Exposta (PEP), uma terminologia usada pelas instituições de combate à lavagem de capitais.

"Uma PEP que possui um banco numa jurisdição pouco regulamentada como Cabo Verde representa a combinação perfeita para um risco potencial de facilitar a lavagem de dinheiro", diz Tom Keatinge, director do Centre for Financial Crime and Security Studies no Royal United Services Institute. "Um actor fraco como Cabo Verde, oferecendo serviços bancários internacionais, representa uma vulnerabilidade sistémica para o sistema financeiro global", acrescenta Keatinge.

Confrontado, esta segunda-feira, com os dados revelados pela investigação do ICIJ, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que o caso nada tem a ver com o governo de Cabo Verde.

"Eu não faço comentários porque este é um trabalho dos investigadores, é algo que tem a ver com Angola e não com o Governo de Cabo Verde, nós vamos acompanhando de uma forma interessada aquilo que está a passar-se", começou por dizer o chefe do Governo cabo-verdiano, quando questionado pela agência Lusa à margem da cerimónia de deposição de coroa de flores no monumento Amílcar Cabral, na Cidade da Praia.

Mesmo com os investimentos que a empresária tem no país, através da empresa de telecomunicações Unitel T+, Ulisses Correia e Silva insistiu que o caso "não tem a ver com Cabo Verde directamente", mas sim com os investimentos que Isabel dos Santos tem em várias partes do mundo.

"Não é algo que interpela o Governo de Cabo Verde. Não tenho de fazer o papel de analista nem de comentador relativamente a essa matéria", disse o primeiro-ministro.

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Autoria:Expresso das Ilhas,22 jan 2020 16:08

Editado porSara Almeida  em  14 out 2020 23:21

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