A informação foi avançada pelo presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC), Manuel Lima, em entrevista à Inforpress, que apontou para o aumento no volume das emissões nesses primeiros cinco meses deste ano, com destaque para as obrigações de tesouro (OT), atendendo à situação da pandemia.
“O Estado continua a emitir. Temos estado a fazer as emissões já com um volume um pouco superior. Acreditamos que atendendo à situação da pandemia e perante necessidades urgentes que vem surgindo, é previsível que o Estado procure encontrar soluções de financiamento para responder essa demanda e tem havido esse aumento a nível das emissões”, explicou.
Conforme precisou dos 7,2 milhões de contos, 6,4 milhões contos representam as OT e 800 mil contos os Bilhetes de Tesouro (BT) que foram leiloados no mercado primário.
A nível do mercado secundário, Manuel Lima, disse que apesar da situação da COVID-19, esse mercado também vem funcionando de forma normal, com a emissão total a rondar dos 5,7 mil contos.
“No mês de Janeiro houve mais transacções a nível do mercado secundário. Agora nos meses de Março, Abril e Maio houve uma redução, mas no fundo, o total anda no momento à volta de 5,7 mil contos a nível do mercado secundário” explicou.
Para além disso, indicou que houve pagamentos de juros vencidos entre os quais o pagamento de 1,2 milhões de contos referentes às OT e 155 mil contos das obrigações diversas.
Manuel Lima realça o facto de os juros estarem a ser pagos nos prazos definidos.
Igualmente, houve a liquidação das amortizações vencidas das OT que ascenderam a três milhões de contos e 400 mil contos dos BT.
“No fundo, há outros títulos que vão vencendo e vão sendo amortizados. Portanto, dizer que não obstante esta situação, a Bolsa de Valores, em teletrabalho, tem estado no fundo a operar. Para além das actuações no mercado, também estamos, no fundo, a preparar a reabertura e a preparar uma nova abordagem que temos que ter relativamente a outras emissões que estamos a prever, assim como estamos próximos dos emitentes”, disse
Manuel Lima garantiu que apesar da situação da pandemia da COVID-19, que está a afectar directamente o sector económico, até este momento nenhuma empresa deixou de pagar e honrar com os seus compromissos. Entretanto, adiantou que a BVC está também a trabalhar com os emitentes no sentido de evitar situação de ‘default’.