“A 2ª edição difere da primeira em termos de qualidade e em termos de rigor. Posso dizer que nesta 2ª edição nós não tínhamos previsto a questão da COVID-19 e com a COVID adaptamos e virtualizamos o concurso que foi 100% virtual. Ao contrário da primeira edição. Fomos muito mais exigentes em termos de avaliação, introduzimos novos critérios, nomeadamente a capacidade de mobilização de recursos dos promotores para implementarem o negócio, como também introduzimos novas fases de triagem”, avançou Diogo Moeda em declarações ao Expresso das Ilhas.
Este ano, prosseguiu, a BIC avaliou os projectos, assim como o BCN, e ainda foram introduzidas novas formações, nomeadamente a educação financeira.
Conforme Diogo Moeda o que foi valorizado foram os projectos e a capacidades dos promotores de ultrapassarem as dificuldades.
“O concurso não tem um sector especifico, nós não fizemos nenhuma discriminação em termos de sector, nem em termos de região, mas o que valorizamos foram os promotores, porque foram avaliados enquanto suas capacidades de desenvolverem, implementarem o negócio e o projecto a nível da inovação, oportunidade de negócio, viabilidade do mercado também”, referiu.
Quanto as áreas dos projectos, o gestor da BIC informa que foram várias, desde a agropecuária, TIC, turismo, indústria, construção civil e pesca.
Diogo Moeda avalia a 2ª edição do Startup Challenge, uma iniciativa do programa Jov@EMPREGO, executado pelo BIC, como sendo “muito boa”.
“Concluímos a 1ª a edição com 73 planos de negócios, ou seja, 73 promotores capacitados com os respectivos planos de negócio. Nesta segunda edição passamos para 136, praticamente duplicamos, apesar de termos tido a componente distância, por ter sido virtual. Os resultados, o impacto económico só veremos daqui talvez um ano. Mas temos boas perspectivas”, frisou.
Finalistas
No total são 10 projectos finalistas. Um deles é a “BV-Recycle, Lda”. de Rui Lima. Conforme este entrevistado, a “BV-Recycle, Lda.” é uma fábrica de reciclagem transformação de vidro em novas garrafas, frascos diversificados e diferenciados, destinados a fábricas de engarrafamento, de conservas e outros.
“Participei porque queria melhorar e desenvolver o meu projecto. O concurso foi muito bom principalmente as fases de formação GIN e PIN e o da elaboração de 1 pitch. O meu projecto sai desta edição mais rico, mais detalhado”, considera.
Por sua vez, Emileno Ortet, promotor do projecto “Agroecologia AgroFloresta Rui Vaz” aponta as formações, acções de capacitação, como sendo o ponto forte do concurso. Este finalista garante que aprendeu muito, principalmente no que se refere à implementação do negócio.
“O objectivo do meu projecto é produzir alimentos de uma forma ecológica, ou seja, sem o uso de agrotóxicos químicos e ao mesmo tempo criar uma floresta”, explica, acrescentando que um dos aprendizados desta experiência é não desistir dos sonhos.
O Startup Challenge é actualmente a maior competição nacional de empreendedorismo e nesta 2ª Edição foram beneficiados 220 jovens dos quais 134 concluíram com sucesso o processo de capacitação e desenvolvimento dos respetivos Planos de Negócio.
O programa Jov@EMPREGO é uma iniciativa conjunta do Governo de Cabo Verde com as Nações Unidas (PNUD e OIT) e o apoio financeiro do Grão Ducado do Luxemburgo para a promoção do emprego decente entre os jovens cabo-verdianos.
A organização contou com o BCN como parceiro financeiro, Unitel T+ como parceiro tecnológico e IEFP como parceiro nas acções de capacitação.