Tove Bruvik Westberg fez estas considerações antes de entrar numa reunião com o presidente da Câmara de Comércio do Barlavento (CCB), Jorge Maurício, durante o qual pretendiam abordar, entre outros assuntos, o investimento da companhia norueguesa Nortuna, que prevê a produção de atum em aquacultura, na praia do Flamengo, em São Vicente.
“É a minha segunda visita a Cabo Verde e estou cá para visitar a companhia de Nortuna que está a fazer um grande investimento, que vai dar emprego e tecnologia e também para reforçar a cooperação entre Noruega e Cabo-Verde”, explicou a embaixadora residente em Lisboa (Portugal) e que também se responsabiliza pelas relações diplomáticas da Noruega com Cabo Verde e com a Guiné-Bissau.
A embaixadora de Noruega afirmou que efectuará encontros com os ministros do Mar e do Turismo para conhecer melhor quais são as possibilidades de reforçar ainda mais a cooperação, principalmente por essa abertura entre os dois países.
“A Nortuna é uma companhia que está a fazer um trabalho muito sério, que agora vou conhecer mais. Além disso, podemos ver e discutir quais são as outras possibilidades que podem trazer mais interesse, por exemplo, na área de energia renovável, e também para trabalharmos juntos, porque a Noruega tem projectos com Cabo Verde e em outros os países da África Ocidental ligados ao desenvolvimento sustentável”, informou.
Segundo o presidente da CCB, Jorge Maurício, o projecto da Nortuna “vai trazer para Cabo Verde números que ultrapassam o próprio Produto Interno Bruto (PIB)” e beneficia do suporte do governo dos dois países.
Sobre o encontro com a embaixadora, com a participação dos investidores externos da Nortuna, Jorge Maurício esclareceu que serve para explicar os detalhes do projecto, o que é necessário, a fase em que se encontra, o que é que falta, o que é que Cabo Verde e as instituições internas podem fazer, ainda mais, para facilitar para que o investimento externo seja visto numa lógica positiva e construtiva.
Além deste encontro, conforme Jorge Maurício, a diplomata da Noruega deverá visitar a Escola do Mar, o Instituto do Mar e o Centro Oceanográfico, porque estão a privilegiar investimentos na área da economia marítima e investimentos no sector turístico. Depois, viaja para a cidade da Praia, onde deverá encontrar-se com o ministro do Turismo.
No mês de Julho último, o Governo aprovou a concessão de 50 anos à empresa norueguesa para instalar a unidade, numa área de 236.000 metros quadrados, para o projecto de Investimento Industrial para Aquicultura e Processamento de Atum Rabilho do Atlântico ou “Thunnus Thynnus.
Os trabalhos para a materialização do projecto, que será desenvolvido pela Nortuna Holding CV na praia do Flamengo, já arrancaram.
Está prevista a sua posterior expansão para Tarrafal de Monte Trigo, em Santo Antão, e para a ilha de São Nicolau. A fase piloto envolve a construção das zonas de incubadoras e de montagem dos equipamentos que definem o processo de incubação e de teste, com capacidade de produção de até 300 toneladas de atum por ano.
A segunda fase comporta o cultivo da espécie ABFT na baía – aquacultura no mar – de Flamengo “em larga escala”, cujo volume de produção estimado se situa entre 8 mil e 10 mil toneladas por ano.
A terceira fase prevê a produção em larga escala, a transformação e o alargamento da produção para outras ilhas de Cabo Verde, nomeadamente Santo Antão e São Nicolau.
Segundo a Cabo Verde Tradeinvest, agência responsável pela tramitação dos projectos de investimento no País, trata-se de um investimento projectado em cerca de 240 milhões de euros. Será feito em quatro fases, com um investimento inicial previsto de cerca de 280 mil euros no primeiro ano.
Prevê-se criação de mil empregos directos e permanentes e aproximadamente três mil empregos indirectos durante a construção até à operação e incluindo a Fase Estadual do Projecto de Investimento.