Em conferência de imprensa, hoje, na Cidade da Praia, o membro da Comissão de Acompanhamento da Crise Energética Mundial, Carlos Ramos, explicou que sem o mecanismo de compensação ou numa situação normal de fixação dos preços, a média dos aumentos seria de 16,5%.
“Ou seja, se o preço de Junho fosse real, comparado com o preço de Março, preço do mercado, a gasolina passaria a ser vendida a 200$30 escudos/litro, o gasóleo passaria a ser vendido por 169$60 escudos, o fuel 380 para produção de electricidade passaria de 102$60 para 120$20 escudos. Em média todos os produtos desde o butano até o fuel teríamos então um aumento de 16,5%”, explicou.
Um total de 311 mil contos vão ser compensados pelo Estado e o diferencial de cerca de 516 mil contos vai ser recuperado gradualmente num período de 12 meses com o acumular de Junho.
De acordo com a nova tabela de preços, o gasóleo normal passa a ser vendido por 153$40 escudos/litro, a gasolina passa a 190$70 escudos, o petróleo a 134$80 escudos, o gasóleo para eletricidade a 117$60 escudos, o gasóleo marinho a 115$70 escudos, o Fuel 380 a 104 escudos/Kg e o Fuel 180, a 109$10 escudos/Kg.
O gás butano mantém os preços e continua a ser vendido a granel por 177$10 escudos/Kg, sendo que as garrafas de 3kg a 505$00 escudos, as de 6kg a 1062 escudos, as de 12,5kg a 2213 escudos e as de 55kg a 9739 escudos.
A comissão garante que a situação vai continuar a ser acompanhada e, em função da evolução da situação, dará indicações sobre medidas que devem ser tomadas.
Carlos Ramos, esclareceu que a subida dos preços do petróleo neste mês de Junho deveu-se, sobretudo, à desvalorização do dólar, às reacções do mercado ao novo pacote de sanções à Rússia anunciado pela Comissão Europeia para o impedimento total de importações do petróleo.
Além disso, acrescentou, contribuíram também para essa subida a redução do confinamento na China, devido à pandemia, a possível entrada da Finlândia e da Suécia na NATO e a descida de stocks norte-americanos.
Rito Évora, Director Geral de Energia, explica que a importação dos combustíveis é feita em dólares e que a cotação do câmbio juntamente com a cotação do preço internacional do petróleo acabam por ditar o preço interno dos combustíveis.