As necessidades em áreas como o turismo, a agricultura e a construção não se prendem somente ao Sul do país. Portugal quer recrutar trabalhadores para todo o território nacional, na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e em Marrocos, estando a primeira feira de recrutamento prevista para Outubro.
Como noticiou o Jornal de Notícias este sábado, o Governo aprovou um novo regime jurídico para entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, com vista a simplificar a emissão de vistos para estes cidadãos.
“Temos cinco mil vagas para preencher imediatamente no turismo, no Algarve”, disse João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve, no regresso da missão a Marrocos e a Cabo Verde, indicando que este último “tem uma população muito jovem, afectada por uma taxa de desemprego de 20%, sendo a geral de 15%”.
Os grupos hoteleiros com presença em Cabo Verde já estarão a formar trabalhadores, enquanto em Portugal se preparam as “condições para alojar esse pessoal, abdicando de quartos na hotelaria”. Até lá, alguns hotéis e restaurantes optam por abrir apenas ao jantar por falta de pessoal a tempo inteiro.
Este recrutamento já tinha sido iniciado por empresas de construção civil, que necessitam de 80 mil trabalhadores. A Mota Engil estabeleceu uma parceria com o Instituto de Formação dos Países de Língua Oficial Portuguesa e, há dias, assinalou o acolhimento dos primeiros 21 trabalhadores guineenses em Portugal.
O nível de desemprego em Portugal fixou-se nos 6,1% no mês de Junho, uma taxa 0,1 pontos percentuais acima do registado em maio e 0,6 percentuais abaixo do verificado em Junho de 2021, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No final de Junho, a população activa era de 5,169 milhões de pessoas, menos 0,3% face a maio e mais 0,2% face a Junho de 2021. Dessa, mais de 4,8 milhões de cidadãos estavam empregados. Segundo os dados estatísticos, só se encontra desemprego mais baixo neste século há 20 anos: em 2002 (5%) e 2001 (4%).