De acordo com o relatório e contas de 2021 da Cabeólica a empresa manteve no ano passado a potência instalada de 25,5 MegaWatts (MW), com 30 turbinas eólicas distribuídas pelos parques nas ilhas de Santiago, Sal, São Vicente e Boa Vista.
Acrescenta que em 2021, essa produção “contribuiu com reduções de emissão de CO2 em cerca de 47.414 toneladas”, valor que compara com as 44.400 toneladas em 2020, ano marcado pela forte queda no consumo e na produção devido à pandemia de covid-19, e as 53.600 toneladas em 2019.
Até ao momento, a produção de energia limpa pela Cabeólica permitiu uma redução de cerca de 512.590 toneladas de CO2 por Cabo Verde. “Tornando a Cabeólica a empresa com maior impacto na redução de gases com efeito de estufa no país, uma conquista importante na luta global contra as alterações climáticas”, lê-se no relatório.
Essas emissões evitadas são traduzidas em créditos de emissões denominados “Reduções Certificadas de Emissões” ou CER, comercializadas através do contrato do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), um programa da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
“A Cabeólica renovou em 2021 o seu registo no programa MDL até 2027”, acrescenta a empresa.
A Cabeólica refere que foi responsável pela produção de 16% da electricidade consumida no país em 2021 (14% em 2020), “mantendo Cabo Verde como uma referência internacional e um líder na África subsaariana a nível de taxa de penetração de energia eólica”.
No entanto, recorda a empresa, o governo já anunciou outros projectos de produção de energia por fontes renováveis, nomeadamente instalação de 10 MW de potência eólica e de 10 MW de potência solar na ilha de Santiago, de 5 MW de potência solar nas ilhas de São Vicente e da Boa Vista, bem como sistemas de armazenagem com base em baterias nas ilhas de São Vicente e Boa Vista.
Globalmente, os quatro parques eólicos explorados pela Cabeólica produziram no ano passado 72.343 Megawatts-hora de electricidade em 2021, com uma taxa de disponibilidade de 97,8%.
Os parques da Cabeólica resultaram de um acordo de Parceria Público-Privada, de 2008, entre InfraCo Africa Limited, o Governo e o grupo estatal Electra, e seis anos depois atingiu o seu recorde, garantindo cerca de 24% da electricidade consumida no arquipélago, tornando Cabo Verde num dos países com a maior taxa de penetração de energia eólica no mundo.
Actualmente, 50% do capital próprio da Cabeólica está nas mãos da AFC Equity Investments, uma subsidiária detida a 100% pela Africa Finance Corporation (AFC), seguindo-se a African Energy Transition, com 44%, pertencendo ainda 3,75% ao grupo estatal cabo-verdiano Electra e 2,25% ao Estado de Cabo Verde.
Estes parques eólicos recorreram do financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI) e do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), no valor total de 45 milhões de euros, reembolsáveis em 28 prestações semestrais, tendo vencido a primeira em 01 de Julho de 2012.