As receitas líquidas nos primeiros nove meses do ano ascenderam a 11.861 milhões de francos suíços (11.940 milhões de euros), menos 35% que no mesmo período de 2021.
"No terceiro trimestre, e até agora em geral este ano, temos sido fortemente afectados pela continuação de condições macroeconómicas e de mercado difíceis, que têm produzido maus resultados especialmente na nossa banca de investimento", reconheceu o CEO Ulrich Körner no relatório.
O Credit Suisse, segundo maior banco suíço, apresentou o terceiro relatório do ano quando se prepara para lançar o seu tão esperado plano de recuperação, no qual prevê uma "reestruturação radical" do seu negócio de banca de investimento e dois aumentos de capital.
"Os nossos resultados recentes têm sido decepcionantes para os nossos accionistas, mas a partir de hoje vamos tomar uma série de acções decisivas para reorientar o Credit Suisse para as suas necessidades e as dos clientes", disse o CEO.
Num ano de contínuos abalos no banco, o Credit Suisse anunciou hoje também a saída do seu actual chefe de 'compliance', Rafael Lopez, que será substituído pela executiva Nita Patel, que será agora responsável pela identificação de riscos empresariais e legais para o banco.
Em Janeiro, o então presidente do banco, António Horta Osório, demitiu-se após ter sido revelado que não tinha respeitado uma quarentena durante a pandemia, enquanto em Abril o vice-presidente Severin Schwann deixou o banco e em Julho o até então CEO Thomas Gottstein.
Mergulhado numa grave crise financeira e de imagem, o Credit Suisse anunciou hoje que irá reduzir a sua força de trabalho no equivalente a 9.000 empregos a tempo inteiro, o equivalente a 17% da sua força total, como parte do seu plano de reestruturação e de recuperação.
O objectivo é reduzir o número de efectivos do banco sedeado em Zurique, de 52.000 posições equivalentes a tempo inteiro para 43.000 até 2025, disse o banco no plano de reestruturação anunciado hoje, que também inclui aumentos de capital e uma completa transformação do seu problemático negócio de banca de investimento.
O Credit Suisse disse que este trimestre já começou esta redução, com uma saída inicial do equivalente a 2.700 postos de trabalho completos.
Os cortes fazem parte do plano de redução de custos da empresa, que pretende diminuir os custos em 15% para 14.500 milhões de francos suíços (14.600 milhões de euros) até 2025.