Durante o encontro com os empresários na Câmara de Comércio de Sotavento, José Maria Neves disse ser necessário garantir um efectivo apoio à densificação do sector empresarial cabo-verdiano.
A reduzida capacidade de autofinanciamento e de endividamento foram apontadas pelo Presidente da República como os maiores constrangimentos e exortou para uma maior sofisticação dos investimentos já feitos num conjunto de áreas para contornar as dificuldades de um pequeno Estado insular.
Para fazer face a situações mais complexas do País, o mais alto magistrado da Nação, referiu que “a melhor forma de Cabo Verde aumentar a conectividade da sua economia terá de ser necessariamente com o alargamento do mercado”, tendo como referência o turismo, a exportação e a melhoria da eficiência e da produtividade.
O Chefe de Estado aconselhou a uma maior abertura de espírito, criatividade entre empresas, Governo e autarquias locais para se encontrar formas de apoiar, mais fortemente as empresas cabo-verdianas, mediante o envolvimento dos organismos internacionais como o Banco Mundial (BM), o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para apoiar o desenvolvimento do sector privado cabo-verdiano.
Isto numa “perspectiva de haver um tratamento especial para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento”, de forma a tirar proveito da sensibilidade do Banco Mundial e BEI na transição energética, mas para isto disse ser necessário garantir, rapidamente, a mobilidade das pessoas e bens entre as ilhas para aumentar a competitividade.
As pequenas e médias empresas, que simbolizam o grosso do tecido cabo-verdiano, à volta de 80 por cento (%), segundo Neves, “podem constituir um tecido empresarial extremamente importante para o aumento da produtividade, da competitividade e para o crescimento da economia cabo-verdiana”.
No encontro, realizado no quadro da visita do Chefe de Estado ao município da Praia, José Maria Neves recordou que os “últimos anos não têm sido fáceis” face à devastação enorme da economia cabo-verdiana, motivada pela pandemia da covid-19, cuja recuperação tem sido difícil, com o País a decrescer perto dos 15 %.
Considerou, ainda, que Cabo Verde se encontra posicionado na região da África Ocidental que é difícil, complexa e instável e com algumas dificuldades de reinserção, face à sua posição de País ultraperiférica da região oeste africana, desconectada da região, (ainda que instável do ponto de vista institucional).