A proposta foi hoje apresentada pelo vice-presidente, Eugénio Inocêncio, durante a audiência que manteve com o chefe de Estado, José Maria Neves, no âmbito da auscultação dos partidos políticos e parceiros sociais sobre o Orçamento de Estado de 2023.
Para a Câmara de Turismo, 2023 pode ser o ano da consolidação da retoma do turismo em Cabo Verde, mas a instituição entende que é preciso mudar uma série daquilo que se tem feito no País.
Entretanto, Eugénio Inocêncio assegurou que neste sentido já estão a trabalhar num conjunto de novos projectos, nomeadamente ao nível dos transportes aéreos e dos transportes marítimos.
“Vamos entrar em contacto com o Governo e fazer uma proposta que aponta precisamente esse modelo diferente em outros arquipélagos, nomeadamente nos Açores e que permite aumentar, substancialmente, a mobilidade, e quem diz aumentar a mobilidade, diz aumentar as oportunidades de negociações, além do convívio familiar, de amigos e conhecimento”, sublinhou.
Explicou que a nível do Orçamento de Estado é preciso acelerar o processo de modernização do sistema fiscal cabo-verdiano, melhorando substancialmente a questão dos vários procedimentos judiciais, nomeadamente em termos de tempo.
“Para o financiamento da economia é muito importante a criação de um banco de fomento em Cabo Verde que permita às empresas ter acesso mais rápido, mais adequado ao financiamento, também para garantir aos hotéis e aos restaurantes a oferta de produtos de agricultura, da pecuária, das pescas e do artesanato”, apontou.
Para Eugénio Inocêncio, é “importantíssimo” retomar o processo de criação das associações de turismo nas diversas ilhas, sendo que o sector precisa de um associativismo empresarial forte e criar redes de centrais de compras nas ilhas.
Por outro lado, acrescentou que o mais importante não é o montante canalizado para o sector do turismo, mas sim a existência de políticas económicas que permitam uma maior articulação de todos os intervenientes.
O Orçamento de Estado para o ano económico 2023 é de 77 milhões de contos, um acréscimo de quatro/cinco por cento (%) em relação a 2022.