Nas principais zonas agrícolas, quais sejam Tarrafal de Monte Trigo, Ribeira da Cruz, Ribeira das Patas e Alto Mira, todos os anos os produtores se deparam com a escassez de pessoal para o corte e transporte de cana de açúcar, problema que os produtores esperam enfrentar igualmente este ano.
No Tarrafal de Monte Trigo, por exemplo, o produtor Graciano Évora disse à Inforpress que o problema de mão de obra se coloca mais a nível das mulheres, ou seja, no transporte do produto para os trapiches.
Também na Ribeira da Cruz, Marcelino Medina confirma que “sempre” os agricultores enfrentaram o problema de trabalhadores, cujo número tem sido insuficiente para a demanda neste vale que é considerado um dos principais produtores da aguardente em toda a ilha de Santo Antão.
A mesma situação se coloca também na Ribeira das Patas, segundo o representante dos agricultores, Arlindo Delgado, que realça o impacto da safra de cana de açúcar na minimização do problema do desemprego neste concelho.
Com as chuvas registadas em 2022, depois de alguns anos de seca, as associações locais de agricultores perspectivam “boa colheita” de cana sacarina, que se traduzirá no aumento da produção do grogue, cujo período de fabrico decorre entre Janeiro e Maio.
A Inspecção-geral das Actividades Económicas (IGAE) emitiu um comunicado a informar que desde o dia 01 de Janeiro começou o período de industrialização da cana sacarina para a produção da aguardente, que se prolonga até ao dia 31 de Maio.
A IGAE “reforça atenção dos produtores” de que a utilização do açúcar e outras substâncias na produção do grogue constitui “crime grave”.
Santo Antão, com uma área de mais de mil hectares coberta por cana de açúcar, produz, anualmente, à volta de dois milhões de litros de grogue, assegurados pelas 173 unidades.