De acordo com um relatório sobre a execução orçamental até Fevereiro, essas transferências - que envolvem ajuda alimentar, donativos directos e apoios de governos ou de organizações internacionais -- tinham ascendido a apenas 56 milhões de escudos nos mesmos dois meses de 2022.
Trata-se de um crescimento de 605% em termos homólogos e uma taxa de execução de 6,6% tendo em conta os 6.009 milhões de escudos que o Governo de Cabo Verde pretende angariar com estes apoios em 2023.
No documento, o Ministério das Finanças justifica este desempenho com o acréscimo das transferências de governos estrangeiros, em 288,6 milhões de escudos, nomeadamente pela "entrada da ajuda orçamental do Luxemburgo", mas também ajuda alimentar e donativos directos, como pelo aumento das transferências de organizações internacionais em 32,8 milhões de escudos e nas transferências às administrações públicas em 38,9%.
Estes donativos internacionais recebidos caíram praticamente para metade em 2022, para menos de 20 milhões de euros, segundo dados anteriores do Ministério das Finanças.
De acordo com um relatório sobre a execução orçamental de Janeiro a Dezembro de 2022, essas transferências ascenderam a quase 3.985 milhões de escudos em 2021.
Contudo, em todo o ano passado, essas transferências caíram 46,5%, para 2.131 milhões de escudos, segundo o mesmo relatório.
Estes donativos recebidos por Cabo Verde já caíram praticamente 24% em 2021, face ao ano anterior, para 3.985 milhões de escudos, indicam dados do Ministério das Finanças noticiados anteriormente pela Lusa. Esse desempenho compara ainda com os 5.223 milhões de escudos em transferências recebidas por Cabo Verde em todo o ano de 2020.
De acordo com dados do Ministério das Finanças, o país recebeu em 2018, com transferências de donativos internacionais, 2.575 milhões de escudos, valor que disparou para 6.238 milhões de escudos em 2019.
O Governo reconheceu no final de Outubro que ainda necessita de apoios externos de 40 milhões de euros para financiar as medidas de mitigação da crise provocada pela escalada de preços nos alimentos e energia, processo que espera fechar em 2023.