CEO do iiB acredita que 2023 pode ser melhor que o ano passado

PorAndre Amaral,9 jun 2023 14:52

iiB anunciou hoje resultados históricos relativos a 2022. Francisco Ferreira, CEO do iiB, em entrevista ao Expresso das Ilhas diz ter a expectativa que o banco continue a crescer e a apresentar melhores resultados. Quanto à situação da economia nacional diz que "os sinais são bons", mas também refere que o contaxto actual "traz algumas incertezas".

Os resultados de 2022 foram os melhores da história do banco até agora. Que perspectivas têm para 2023?

Efectivamente, o ano passado traduziu-se num exercício onde se verificou o melhor resultado da história de forma subsequente ao que já tinha sido o melhor resultado da história em 2021. Nós acreditamos que, neste momento, este ano tem o potencial de ser melhor que 2022. No entanto, é preciso acautelar as variáveis de incerteza que efectivamente estão a fustigar o mercado e que foram elencadas pelo responsável do Departamento de Estudos e Estatísticas do BCV, ou seja, vivemos num contexto de poucas certezas e muitas incertezas e, portanto, estando como um player do mercado podemos ser afectados por contingências não previsíveis. Ainda assim, este ano estamos 40% acima do ano anterior em termos homólogos e acreditamos que este venha a ser um ano novamente bastante bom e com indicadores de performance bastante elevados.

Recentemente a Fich fez uma revisão da notação de Cabo Verde passando de estável para positivo. Que sinal é que isto dá?

É um sinal substancialmente positivo. Eles neste momento deram o primeiro passo do que é uma possível subida de rating subsequente e com um outlook favorável. Mencionam um tópico que é bastante relevante e que às vezes pode passar sem ser referido e que é a expectativa da subida das taxas de juro aqui no mercado. Eles falam na possibilidade de uma subida adicional de 150 pontos base dos níveis das taxas de juro pelo Banco Central. Obviamente que isso terá impacto na actividade dos bancos e poderá ter impacto na capacidade das empresas e das famílias fazerem face ao seu serviço da dívida. Se se deteriorar esse factor os bancos sofreram impacto ao nível da carteira de crédito com imparidades que afectaram resultados. Os sinais são bons. A economia recuperou e com perspectivas de melhoria de rating. No entanto, o contexto traz algumas incertezas que podem impedir essa evolução. Temos de estar cautelosos e a monitorizar a performance do segundo semestre.

Essa subida das taxas de juro, numa economia frágil como é a cabo-verdiana, surge no momento certo?

Depende do equilibrio do mercado. O grosso do impacto da inflação em Cabo Verde não vem por um agregado de procura superior à oferta. Ou seja o consumo e o investimento cá não estão acelerados como parece quando se olha para as estatísticas. O que acontece é que Cabo Verde, como é ultra-dependente da economia exterior, importa essa inflação. A recomendação de allinhamento [entre o BCV e o Banco Central Europeu] deriva obviamente do que são os protocolos existentes ao nível da política monetária. Provavelmente poderá fazer sentido fazer esse aumento de uma forma mais pausada com o intuito de não constrangir ainda mais o consumo interno e o investimento interno. Neste momento o volume de reservas internacionais face ao que é o standard internacional de três meses de importação, bem como o critério que é usado cá que são cinco meses, neste momento Cabo Verde está acima. Ou seja, o país está bem defendido nessa vertente. Diria que os próximos dois trimestres serão chave para percebermos qual será o ritmo da subida das taxas de juro até um nível de normalização.

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Autoria:Andre Amaral,9 jun 2023 14:52

Editado porAndre Amaral  em  11 jun 2023 10:57

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