CPLP: Brasil quer alargar cooperação económica às empresas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,26 ago 2023 14:46

Lula da Silva levou 150 empresários brasileiros a Angola
Lula da Silva levou 150 empresários brasileiros a Angola

A CPLP realiza a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, este domingo, sob o lema "Juventude e Sustentabilidade"

Em entrevista à Lusa, por ocasião da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o embaixador Carlos Duarte, secretário para África e do Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, afirmou que o pilar económico proposto pela Presidência cessante (Angola) deve incluir também empresas e não apenas parcerias económicas dos estados.

A cimeira de domingo ocorre num contexto de uma visita do Presidente brasileiro à África do Sul, para participar num encontro do grupo BRICS (composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e de uma viagem a Angola, que termina este sábado.

“O Presidente Lula deixou muito clara a prioridade [da diplomacia] para África e, evidentemente dentro da África, os países de expressão portuguesa têm um lugar muito especial”, afirmou Duarte.

Segundo o diplomata, “África também é uma região em evolução em desenvolvimento e essa vertente económica e empresarial é algo que é muito forte no âmbito do continente” e, mesmo dentro da CPLP, “há um potencial de cooperação e de actuação nessas áreas que é muito expressivo”.

“Já há uma cooperação na área, por exemplo, aduaneira e na área de bancos centrais”, mas esse é o “embrião de uma cooperação económica” que se pode “desenvolver mais para o lado empresarial”, afirmou, dando o exemplo da visita a Angola, onde Lula da Silva levou 150 empresários brasileiros.

“É claro que, com o caso com Angola, o Brasil tem uma relação económica já bastante forte, mas com os demais países de expressão portuguesa isso também pode ocorrer”, aproveitando o “efeito catalisador da língua portuguesa” que favorece “não apenas grandes empresas, mas também pequeno e micro empresário, aquele que desenvolve certo tipo de bem ou de serviço que pode ser facilmente reproduzido noutros países, ainda mais com a mesma expressão linguística”.

O facto de cada país da CPLP estar inserido em regiões económicas autónomas e com tendência para desenvolver projectos de livre-comércio pode ser visto como uma oportunidade porque a instalação de uma empresa lusófona noutro país “tem um mercado muito maior e mais global”.

Alguns países já anunciaram fortes investimentos nos próximos anos do sector do petróleo e diversificação económica, como é o caso dos futuros leilões de poços em Angola, e Carlos Duarte considera que o Brasil tem condições para aproveitar essas oportunidades de investimento.

“As empresas brasileiras, em termos de construção civil ou de participação no sector de petróleo e gás, são competitivas. São empresas que têm um conhecimento técnico e uma experiência” e “devem ser levadas em conta dentro dos critérios” dos concursos públicos de investimento nos países da CPLP.

No seu entender, “as oportunidades que existem hoje na África são muito significativas. É um continente jovem, é um continente que tem um potencial de crescimento muito grande e o Brasil tem tecnologias e actividades empresariais” que podem ser úteis.

Sete chefes de Estado e três primeiros-ministros vão participar na 14.ª Cimeira da CPLP em São Tomé e Príncipe, um encontro em que só Moçambique e Timor-Leste não se fazem representar ao mais alto nível.

Os Presidentes Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal), João Lourenço (Angola), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), José Maria Neves (Cabo Verde), Umaro Sissoco Embaló (Guiné-Bissau), Teodoro Obian (Guiné Equatorial) e Carlos Vila Nova (São Tomé e Príncipe) vão estar na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de domingo, segundo informação distribuída pela organização.

Nos trabalhos irão participar também os primeiros-ministros António Costa (Portugal), Ulisses Correia e Silva (Cabo Verde) e Patrice Trovoada (São Tomé e Príncipe), os únicos três países que têm em São Tomé os chefes de Estado e de Governo.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,26 ago 2023 14:46

Editado porJorge Montezinho  em  27 ago 2023 20:43

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