FSA disponibiliza um envelope financeiro de 300 milhões de euros para financiamentos de projectos em Cabo Verde

PorEdisângela Tavares,29 nov 2023 14:06

O Fundo de Solidariedade Africano (FSA), que é uma instituição financeira multilateral, que tem por missão apoiar os países membros com garantias de empréstimos bancários e emissões de obrigações destinadas a financiar operações/projectos economicamente rentáveis, disponibiliza um envelope financeiro de 300 milhões de euros, num período de dois anos, para financiamentos de projectos em Cabo Verde.

Em declarações à imprensa, hoje na Cidade da Praia, no encontro do FSA com as Instituições Públicas e Sector Privado, para a sessão de apresentação do FSA e assinatura de acordos de parceria com a Cabo Verde TradeInvest (CVTI) , Pro-Garante, Bolsa de Valores de Cabo Verde e o Conselho Superior das Câmaras do Comércio e do Turismo, a Secretária de Estado do Fomento Empresarial, Adalgisa Vaz, sublinhou que é uma parceria com uma instituição financeira que tem soluções que vão de encontro com os interesses das empresas nacionais.

“A mais-valia aqui para o país, trata-se de um fundo que tem exigências mínimas para intermediar operações que iniciam com montantes de 7 mil contos, muitas vezes as instituições financeiras internacionais têm um mínimo de acesso de 30 milhões ou de 10 milhões de euros. Aqui vamos falar de uma instituição que pode se interessar por projectos de pequena dimensão, com o tecto máximo aqui, que já partilharam projectos até 28 milhões de euros. E penso que estamos a estabelecer uma parceria com uma instituição financeira que tem soluções que vão de encontro com as nossas empresas nacionais”, ressaltou.

Adalgiza Vaz descreve o Fundo de Solidariedade Africano como um fundo de garantia com uma ampla gama de produtos que além das operações de garantia. O fundo abrange modalidades como co-garantia, contra-garantia, garantias individuais e garantias de cartelha. Além disso, oferece facilidades para apoiar o comércio internacional, refinanciamento e operações de garantia para empresas de todas as dimensões. A participação é possível por meio de bancos e seguros, com a facilidade de concorrer a concursos nacionais e internacionais. O fundo também traz vantagens, como a bonificação de taxas de juros, embora essas vantagens sejam limitadas às entidades públicas, incluindo o governo e as empresas estatais, que busquem operações para a implementação de projectos e colecta de recursos em nível internacional.

“O montante disponibilizado para Cabo Verde é de 300 milhões de euros para os próximos dois anos, é o que eu sublinhei, estamos a falar de uma instituição financeira que mobilizamos, e há outras tantas da mesma dimensão continental e com essa parceria, disponibilizamos um envelope financeiro de 300 milhões de euros para a Cabo Verde, apenas para os próximos dois anos. É isso que eu esclareci quando no Ministério das Finanças declaramos que o céu é o limite em termos de mobilização de recursos, é o que queremos dizer”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente do Conselho da Administração da Cabo Verde Trade Invest, José Almada Dias, sublinha que o governo de Cabo Verde já tinha lançado um conjunto de instituições que queriam criar um ecossistema financeiro nacional, e que com a parceria estabelecida com a FSA aumenta muito mais a capacidade de financiamento às empresas nacionais,

“portanto neste momento nós com esta mobilização, estas decisões estratégicas também lideradas pelo governo, de mobilização de instituições africanas, nós entramos dentro do ecossistema existente a nível do continente africano, que é cada dia mais dinâmico, mais líquido e que, portanto, aumenta muito mais a capacidade de financiamento às empresas nacionais, sejam elas de iniciativa endógena ou de investimento externo”.

Segundo este responsável, Cabo Verde está atraindo um volume crescente de investimento externo, juntamente com um aumento nas iniciativas endógenas. Destaca-se a falta de capacidade no mercado financeiro nacional para financiar os projectos aprovados, mas a chegada de instituições externas é vista como positiva para acelerar a implementação desses projectos, não só para o sector do turismo que permanece como o setor líder na economia, mas também para impulsionar novos projectos relacionados à economia azul e transição energética que também estão em andamento.

“A FSA, uma instituição destacada, não impõe limites às startups, diferenciando-se de muitas outras que impõem restrições de investimento mínimo, como 30 ou 40 milhões de euros. Esta abordagem é particularmente benéfica para jovens empreendedores, oferecendo oportunidades de financiamento sem obstáculos para iniciantes, uma notícia positiva para a promoção de negócios de todas as idades”, salientou.

Por seu turno, O director-geral do FSA, Gyalo Abdurrahman, expressa o compromisso com a missão do fundo que engloba 21 países, que inclui Cabo Verde, e sublinha que para alcançar objectivos globais em África é preciso estabelecer parcerias estratégias para impulsionar o desenvolvimento dos Estados.

“Cabo Verde é valorizado apesar do seu tamanho, é um país com potencial e recursos humanos importantes. A necessidade de solidariedade é enfatizada para enfrentar desafios em microestados. O Fundo Africano de Solidariedade é apresentado como uma instituição multilateral, trabalhando para expandir sua base e tornar-se uma agência especializada da União Africana, neste sentido reiteramos o nosso compromisso em auxiliar o país em matérias de financiamentos e desenvolvimento financeiro.

A delegação do Fundo de Solidariedade Africano, representada pelo Director geral, Director de Operações e Projectos e a Directora de Cooperação e Comunicações, iniciou uma missão em Cabo Verde, que vai decorrer de 27 a 30 de Novembro com o objectivo de estreitar relações com as instituições financeiras públicas e privadas nacionais.

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Autoria:Edisângela Tavares,29 nov 2023 14:06

Editado porAndre Amaral  em  30 nov 2023 14:21

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