IGAE investiga azeite virgem adulterado após alerta de Portugal

PorSheilla Ribeiro,18 jan 2024 14:22

A Inspecção Geral da Atividade Económica (IGAE) vai investigar, em resposta a alertas da congénere portuguesa, sobre suspeitas de azeite virgem falsificado, possivelmente já disponível no mercado.

Ao Expresso das Ilhas, o Inspector Paulo Monteiro informou que, segundo as informações recebidas da congénere portuguesa, a Espanha, maior produtora mundial de azeite, adquiriu quase toda a produção de azeite de Portugal.

No entanto, o que inicialmente parecia uma transação comercial comum revelou-se mais complexo, com a suspeita de que alguns produtores portugueses adulteraram o azeite antes da exportação.

"Segundo as informações que me foram transmitidas, os produtores de azeite em Portugal estão a adicionar outros produtos, como óleo, para aumentar a produção. Provavelmente, esse azeite que está a ser exportado para Cabo Verde pode não ser virgem, apresentando características distintas", explicou.

A investigação, já em andamento, visa determinar se os lotes de azeite adulterado já foram introduzidos no mercado cabo-verdiano.

Paulo Monteiro afirma que a instituição já iniciou a comunicação com os produtores e operadores locais, alertando sobre a possível presença de azeite adulterado no mercado.

“Esse azeite adulterado, provavelmente não é virgem. É um azeite que tem outras características e não é prejudicial à saúde. Só que estamos, provavelmente, a comprar gato por lebre”, tranquilizou.

“Pode também dar o caso de ainda esse azeite não ter entrado em Cabe Verde. Pode dar, mas isso nós temos que confirmar. Porque é uma questão também laboratorial que nós temos que analisar e têm os seus custos”, disse.

De acordo com Paulo Monteiro, a IGAE recebeu algumas denúncias informais alegando que os azeites extravirgens disponíveis no mercado, apresentam um sabor distinto.

De referir que a Europol, Agência da União Europeia para a Cooperação Policial, advertiu sobre a venda de azeite falso, após as autoridades terem apreendido 260 mil litros de produtos falsificados em operações coordenadas em Itália e Espanha, em Novembro.

Conforme a Euronews, alguns autores de fraudes estão a substituir o precioso "ouro líquido" por óleo de sementes muito mais barato.

Como o óleo de sementes é transparente, colorem-no com clorofila, para lhe dar uma tonalidade verde, e utilizam carotenoides para obter traços amarelos, o que cria uma cor semelhante à do azeite.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,18 jan 2024 14:22

Editado porAndre Amaral  em  19 jan 2024 10:50

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