“No referido período, registou-se um aumento superior a 10 vezes o número de transacções no mercado secundário, comparado com o primeiro semestre do ano transacto, tornando-se o semestre mais dinâmico desde a criação da bolsa”, diz a instituição num comunicado a que a Inforpress teve acesso.
Trata-se de um período em que a instituição superou, em mais de cinco vezes, a média de transacções nesse mercado (45 transacções/semestre) verificada nos períodos homólogos, desde Dezembro de 2005, data da retoma das actividades da BVC e do início das transacções no mercado secundário, a esta parte”, lê-se no comunicado divulgado na pagina da instituição financeira.
Segundo a mesma fonte, a nível dos registos anuais, apenas no ano 2009 ocorreram mais transacções no mercado secundário do que no primeiro semestre de 2024, 18 anos após a retoma das actividades da BVC (2005 a 2023).
“O primeiro semestre de 2024 superou os registos anuais dos demais 17 anos de funcionamento do mercado secundário”, realça o BVC que avança que do total das transacções verificadas no primeiro semestre de 2024, mais de 90% dizem respeito a transacções envolvendo as quatro acções cotadas na instituição financeira.
Isso tem a ver com as transacções relativas a acções do Banco Comercial do Atlântico (BCA), da Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), da Empresa Nacional de Combustíveis (ENACOL) e da Sociedade Cabo-verdiana de Tabacos (SCT).
A oferta pública de venda (OPV) das acções da CECV, detidas pelo Estado e cujo processo foi concluído em Fevereiro de 2024, também foi destacado por fazer com que a CECV passasse da empresa cotada com menos accionistas, para a entidade cotada com mais accionistas na BVC (antes da OPV com 173 accionistas e após a OPV passou a ter 1.102 accionistas), impactando positivamente a dinâmica do mercado secundário.
“Efectivamente, após a OPV, a CECV registou um movimento recorde nas transacções das suas acções no mercado secundário, sendo responsável por cerca de 31 por cento (%) do total das transacções verificadas no primeiro semestre de 2024, ultrapassada apenas pela SCT com um peso de aproximadamente 37 % do total das transacções”, refere o documento publicado.
Por estes motivos, a BVC acredita que a boa dinâmica registada no mercado secundário nos últimos meses, seja motivada em grande medida, pela intensificação da divulgação e promoção das actividades da Bolsa, designadamente educação e literacia financeira no país e na diáspora, confiança e visibilidade do mercado de capitais no geral e da Bolsa em particular, entre outros,
Não obstante o crescimento excepcional das transacções dos últimos tempos, a dinamização do mercado secundário, conforme a BVC, continua a ser um dos seus maiores desafios.
Neste sentido, a BVC aponta como uma das formas para maior dinamização do mercado secundário o projecto Market Maker, em parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento, cuja implementação se prevê para este ano, e que tem como objectivo estimular uma maior liquidez do mercado secundário.