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Em entrevista à Inforpress, o presidente da Câmara de Comércio Sotavento (CCS), Marcos Rodrigues, alertou para uma possível alteração de preços em todo o mercado internacional, afectando, no final, o custo dos produtos adquiridos pelos consumidores.
Segundo este responsável, embora nenhuma tarifa tenha sido aplicada até ao momento, os EUA não tenham divulgado os valores das taxas para os produtos europeus e nem se será imposta a todos os países da União Europeia, esta decisão deverá afectar o mercado dos negócios, particularmente em Cabo Verde.
Para Marcos Rodrigues, os produtos exportados pelos EUA não experimentam grandes alterações nos países da Europa, contudo, sintetizou, o impacto das tarifas para entrada dos produtos europeus no território americano afecta directa ou indirectamente os Estados, mesmo que não sejam também taxados.
O Governo americano discute ainda, a partir de Fevereiro, uma tarifa de 10 por cento (%) sobre os produtos importados da China, uma vez que o fentanil estaria sendo enviado da China para o México e o Canadá.
Marcos Rodrigues afirmou que uma vez que o mercado nacional importa e consome produtos da China, os cabo-verdianos deverão pagar mais caro pelos produtos que são finalizados nos EUA e que tenham componente chinês.
“É óbvio que todas as taxas são más notícias, afetam o custo do produto final e quem paga normalmente são os consumidores. Quem consome é quem acaba por pagar essas diferenças nas taxas”, reiterou, afirmando que esta questão das taxas afecta os países em todos os sentidos.
Na sua tomada de posse no dia 20 de Janeiro, Donald Trump declarou que a União Europeia tem sido “muito ruim” com os Estados Unidos, prometendo implementar tarifas como parte de sua política protecionista.
Desde o início das ameaças tarifárias de Trump especialistas têm alertado para os possíveis efeitos adversos dessa política, tanto para os países afectados quanto para a própria economia americana.
Entre os riscos apontados estão a escassez de produtos no mercado interno dos EUAe uma pressão inflacionária, consequências que contradizem o objectivo declarado por Trump de impulsionar a economia e proteger os negócios americanos.
