De acordo com o INE, a população desempregada registou uma diminuição de 20,5% face a 2023, descendo de 21.853 para 17.373 indivíduos. Esta redução reflecte-se numa diminuição de 2,3 pontos percentuais na taxa de desemprego, que no ano anterior se situava nos 10,3%.
Paralelamente, a taxa de subutilização do trabalho — que engloba os desempregados, os subempregados e os inactivos disponíveis para trabalhar — baixou de 33,6% para 28,4%, o que corresponde a uma descida de 5,2 pontos percentuais. Em termos absolutos, a população nesta condição passou de 84.842 para 71.583 pessoas, menos 15,6% num ano.
O mercado de trabalho apresentou melhorias noutros indicadores. A população empregada aumentou 4,4%, atingindo os 198.914 indivíduos, mais 8.453 do que em 2023. A taxa de emprego também subiu, de 51,8% para 53,6%.
Segundo o INE, este crescimento é impulsionado, em grande parte, pela maior participação das mulheres: mais 5.144 passaram a integrar a população activa, que totalizou 97.562 mulheres e 118.752 homens em 2024. No entanto, a taxa de emprego masculina (59,5%) continua a superar a feminina (47,8%).
As faixas etárias com maior integração no mercado de trabalho foram as dos 25 aos 34 anos (69,6%) e dos 35 aos 64 anos (70,1%). Já os jovens entre os 15 e os 24 anos continuam a enfrentar maiores dificuldades de inserção, com uma taxa de emprego de apenas 25,4%.
Entre os concelhos do país, Sal e Boa Vista destacam-se com as mais elevadas taxas de actividade (78,6% e 77,2%) e de emprego (75,4% e 73,9%), situando-se muito acima da média nacional. Em contraste, São Miguel (31,3%) e São Lourenço dos Órgãos (38,8%), na ilha de Santiago, registaram os níveis mais baixos de actividade.
Quanto ao desemprego, os concelhos com as taxas mais elevadas foram São Domingos (16,3%), Santa Cruz (13,3%) e São Lourenço dos Órgãos (12,2%).
O relatório indica que 47,5% da população empregada labora no sector informal, sem contrato formal, protecção social ou garantias laborais. Este grupo corresponde a 94.561 pessoas, das quais a maioria são trabalhadores por conta de outrem (58,0%) e por conta própria (34,9%).
A informalidade tem maior expressão entre os homens, que representam 59,6% dos trabalhadores informais, enquanto as mulheres constituem 40,4%.
A estrutura do emprego por sectores mantém-se: o sector terciário absorve a maior parte da mão-de-obra (139.071 pessoas, o equivalente a 69,9%), seguido do sector secundário (22,5%) e do primário (7,6%).
Os principais ramos de actividade continuam a ser o comércio e reparações (16,4%), construção (12,3%), alojamento e restauração (10,0%) e a administração pública (9,8%). Quanto à distribuição por tipo de entidade empregadora, o sector privado lidera com 47,0% dos postos de trabalho, seguido do trabalho por conta própria (19,8%) e da Administração Pública (18,0%).
Em 2024, 18.402 pessoas encontravam-se em situação de subemprego — isto é, trabalharam menos de 35 horas na semana de referência e estavam disponíveis para trabalhar mais. A taxa de subemprego desceu para 9,3%, menos 2,5 pontos percentuais do que no ano anterior.
O subemprego é mais comum nas zonas rurais, onde atinge uma taxa de 12,9%, enquanto nas áreas urbanas se situa nos 8,4%. As mulheres continuam a ser mais afectadas, com uma taxa de subemprego de 10,1% contra 8,5% nos homens.