Os dados são do relatório do Banco de Cabo Verde (BCV) sobre as actividades e resultados do sector de micro-finanças, sendo que a análise agregada de 2024 contempla dados de apenas cinco instituições, enquanto a de 2023 incluía seis instituições.
De acordo com este relatório, entre 2023 e 2024, o sector registou crescimento em todas as principais variáveis.
Assim sendo, o número de clientes activos aumentou 8,9 por cento, a carteira de crédito cresceu 11,7 por cento, os depósitos/poupança registaram um acréscimo expressivo de 36,5 por cento e o número de membros depositantes aumentou 4,9 por cento.
Já a representatividade nas micro-finanças, fixou-se, em 2024, em 0,53% do Produto Interno Bruto (PIB) e 0,39% do total de activos do sistema financeiro nacional.
Quanto à oferta de produtos financeiros, continua a observar-se uma reduzida diversificação, com predominância clara do micro-crédito. Três instituições concentram, em conjunto, cerca de 85 porcento da carteira de crédito concedido. O crédito destinado aos sectores do comércio e dos serviços representou 41,17 por cento da carteira bruta total.
O público-alvo das IMF continuam a ser por populações de baixos rendimentos, com perfis de empreendedor, dedicados a actividades geradoras de rendimento.
Destaque vai para a digitalização como uma oportunidade estratégica para as instituições de micro-finanças, permitindo maior eficiência operacional e expansão do acesso a serviços financeiros.
Entre as soluções digitais com maior impacto encontram-se: carteiras digitais, mobile money, empréstimos online, avaliação automatizada de crédito, gestão digital de portfólio de empréstimos e plataformas de educação financeira digital.
Assim para os próximos anos, o BCV espera que o sector avance não apenas na adopção de ferramentas digitais, mas também na integração de tecnologias emergentes, que contribuirá para uma supervisão mais eficiente, melhoria do desempenho institucional e expansão da inclusão financeira no país.