Duas décadas de Bolsa de Valores de Cabo Verde, um país onde os empresários são conservadores e os investidores não gostam de arriscar. Para assinalar a data, o Expresso das Ilhas entrevistou Manuel Lima, o presidente da instituição, para falar do passado, mas essencialmente do futuro. E esse amanhã será feito de privatizações, de mais conhecimento e de novos produtos financeiros. Um dos grandes projectos é a titularização dos fundos e poderá ser fundamental para o avanço de projectos estruturais para o arquipélago.
Também neste número, Imunidade parlamentar: O jogo do equilíbrio de poderes. A Assembleia Nacional levantou, na semana passada, a imunidade parlamentar do deputado do PAICV José Maria Gomes de Veiga. É apenas a terceira vez que isso acontece no parlamento cabo-verdiano. Afinal o que é essa imunidade, o que significa o seu levantamento e quais as consequências do mesmo? Estas são algumas questões a ter em conta, num momento em que a sociedade civil pede reformas e mais transparência, mas onde a necessidade de equilíbrio dos poderes democráticos se mantém. José Manuel Andrade, ex-ministro da Justiça, e Amílcar Spencer Lopes, antigo Presidente da Assembleia Nacional, tecem considerações sobre o tema, salvaguardando o cuidado de equilibrar essa prerrogativa importante na função parlamentar com os ensejos de transparência e atendendo ainda ao bom senso político das decisões. A reter, Imunidade e Impunidade não são sinónimos, neste jogo de equilíbrio que é a democracia.
Alejandro Casamor, General Manager do Hilton Cabo Verde Sal Resort: “Temos de estar onde os nossos clientes querem ir”. Com uma oferta diferenciada e uma atitude diferente, o Hilton pode marcar a abertura de uma nova forma de encarar o turismo em Cabo Verde. Distanciando-se do típico all inclusive este novo hotel promete maior contacto entre os seus clientes e a economia de Santa Maria. “Nós acreditamos que os clientes têm de sair, têm de conhecer o país. Porque se não o que vai diferenciar este hotel de outro noutro destino qualquer?”, pergunta o General Manager, Alejandro Casamor que lança também o alerta: apesar das melhorias “todo o processo de desalfandegamento tem de ser muito mais rápido”.
Sociedade civil: A efémera vida e obra dos movimentos cívicos em Cabo Verde. Nos regimes democráticos, o surgimento dos movimentos cívicos está associado ao amadurecimento da sociedade civil. Em Cabo Verde, entre críticas à excessiva partidarização de diferentes esferas sociais, os movimentos que surgem parecem condenados à nascença. A efemeridade tem sido nota dominante. Porquê? Fomos à procura de respostas junto dos mentores de Cordá Monte Cara, Ponto de Fuga, MAC 114, Sokols e Movimento A Favor do Sossego nas Residências.
De 2010 a esta parte, foram alguns os movimentos que emergiram da sociedade cabo-verdiana, em particular em São Vicente. Quase todos acabaram por cair no silêncio e esquecimento pouco tempo depois.
Um [p a r e n t h e s i s] aberto para o diálogo reflexivo. Arte+Espaço+Diálogos. Assim, em adição. É o slogan ou, se preferir, o mote do espaço parenthesis (escreve-se com minúsculas), criado há cerca de dois anos na cidade da Praia pela arquitecta e designer Patrícia Anahory e pelo artista visual César Schofield Cardoso. O propósito é promover trocas interdisciplinares e o diálogo crítico partindo de práticas criativas.
No interior, a opinião de José Almada Dias, O foco nas empresas e a hora dos empresários nacionais; de Armindo Gomes, Greve dos polícias – uma leitura essencialmente jurídica; e de Manuel Brito-Semedo, Com o mar por meio.