A entrevista com Pedro Lopes, Secretário de Estado para a Inovação e Formação Profissional: “Não queremos jovens de mãos estendidas, queremos que as usem para programar”. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável – PEDS 2017/2021, tem como um dos objectivos transformar Cabo Verde numa plataforma digital, ancorada numa visão estratégica de Hub ICT, com alicerces sólidos de conectividade, desenvolvimento de capacidades e plataforma de serviços. Neste contexto do Cabo Verde Digital está a ser construído o parque tecnológico e acabam de ser lançados projectos como a Bolsa Cabo Verde Digital e a Academia de Código. Para perceber o que é este ecossistema digital, o Expresso das Ilhas falou com Pedro Lopes, secretário de estado para a inovação e a formação profissional.
Ainda a conversa com Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit: A digitalização já não é uma questão de “se”, é uma questão de “quando”. Diz que não passa de um “vendedor de bilhetes” (“ticket seller”), mas o irlandês Patrick “Paddy” Cosgrave está na lista dos 100 nomes mais influentes no mundo da tecnologia. Co-fundador da Web Summit, a maior conferência de tecnologia do planeta – a última edição atraiu a Lisboa 70 mil participantes – Paddy veio a Cabo Verde, a convite do governo, participar no CV Next e ver o que o país está a fazer no campo digital. Nesta conversa com o Expresso das Ilhas, o homem que cresceu numa quinta e que aprendeu a programar aos 12 anos, fala do que viu, da cena tecnológica africana, de inovação, de regulação e das próximas tendências.
E ainda a Geek Economy nacional e os empreendedores que apostam nas vendas online: Tudo num click. Os hábitos de consumo interno dos cabo-verdianos começam a mudar. Isso, graças ao aparecimento de serviços que estão hoje ao alcance dos dedos, quer através das redes sociais, sites ou aplicativos (App). Na cidade da Praia e na ilha do Sal, por exemplo, já se pode comprar bilhetes de festas e outros eventos culturais através do App Passafree.
Também o Índice de Segurança Sanitária: Ranking internacional coloca Cabo Verde entre os países menos preparados para lidar com epidemias. Cabo Verde está na 146ª posição num total de 195 países analisados, no Índice da Segurança Sanitária Global (Global Health Security - GHS). O arquipélago integra, assim, a lista dos “pouco preparados” para lidar com uma epidemia, num universo em que, na verdade, nenhum país está “totalmente” apto para as combater.
Entretanto, Portugal deu a Cabo Verde a garantia de um resultado em 6h, a partir do momento em que sejam recebidas as amostras de eventuais casos suspeitos. Já no Instituto Pasteur, em Dakar, de acordo com o administrador-geral Amadou Alpha Sall, o teste pode ser feito em quatro horas. Uma capacidade que, segundo avançou, se pretende partilhar com outros países da região.
Comércio Externo: Países que adoptam as medidas de facilitação são mais atractivos. O governo anunciou no final da semana passada a conclusão do processo de ratificação do Acordo de Facilitação do Comércio junto da Organização Mundial de Comércio. O processo já decorria desde 2018 e vai permitir a Cabo Verde acelerar os processos de comércio externo e alargar a sua carteira de clientes. Estudos internacionais apontam que menos custos com o comércio externo podem originar poupanças de até 15% no PIB.
Na cultura: Memórias das forças expedicionárias recuperadas em livro. “As ilhas de São Vicente, Sal e Santo Antão, de Cabo Verde, dormiam na pacatez dos seus dias quando, em 1941, milhares de homens vindos da Metrópole invadiram o seu quotidiano, trazendo-lhes aquela dimensão, a um tempo impetuosa e sublime, que é própria da instituição militar, na sua mais pura essência”. Assim começa a sinopse do livro Forças Expedicionárias a Cabo Verde, de Adriano Miranda Lima, obra que recupera a memória histórica da presença no arquipélago de um contingente militar expedicionário português, formado por 5.820 homens, distribuídos por São Vicente, Sal e Santo Antão, enviado em resposta aos acontecimentos da II Guerra Mundial.
No interior, a opinião de Adilson Carvalho Semedo, O Amor, o Machismo e a Traição do Estado; e de Adriana Carvalho que assina mais um espaço com história, desta vez, o Liceu da Praia.