Destaques da edição 996

PorExpresso das Ilhas,30 dez 2020 0:03

A última edição deste ano do Expresso das Ilhas traz obrigatoriamente o balanço de um ano que todos dizem ser para esquecer.

Na Política lembramos que 2020 foi o ano de um Orçamento do Estado que “pifou” e obrigou à aprovação de um orçamento rectificativo. Mas foi também o ano marcado pelos quatro estados de emergência provocados pela pandemia de COVID-19, pelas eleições autárquicas, pela remodelação governamental e pela morte de Beto Alves, autarca de Santa Catarina.

Na Economia concluímos que éramos felizes e não sabíamos. O ano passado, por esta altura, a maior parte de nós desconhecia conceitos como “confinamento”, “máscara obrigatória” e “distanciamento social”. A crise económica de 2008/2009 era uma memória longínqua e em Cabo Verde havia um optimismo suportado por anos de crescimento acima dos 4 por cento e pela perspectiva de se atingir o milhão de turistas. Depois… Depois veio a pandemia.

Não é novidade que a pandemia da COVID-19 impactou, e muito, a sociedade cabo-verdiana em 2020. Entretanto, outros acontecimentos fizeram-se sentir neste ano que já se prepara para se dizer adeus. Casos de justiça, desastres naturais, novos hábitos e regras são exemplos de ocorrências que fazem os cabo-verdianos esperar que 2021 seja muito melhor.

Na Ciência a pandemia, claro. Perante o desconhecido, procurámos respostas, esperando-as de quem as podia dar. Os cientistas empenharam-se em compreender, o mais rapidamente possível, aquilo que se estava a passar. A 10 de Janeiro, investigadores do Instituto de Virologia de Wuhan, dirigidos por Yong-Zhen Zhang, publicaram a primeira sequência genómica do vírus que viria a ser chamado de SARS-CoV-2. Estava resolvido o primeiro quebra-cabeças. Seguir-se-iam outros.

Também na Cultura fazemos um balanço do ano que termina amanhã. 2020 deu as boas vindas aos cabo-verdianos com a morna, música rainha de nôs terra, já declarada património mundial da humanidade pela UNESCO, em Dezembro de 2019. Tratava-se agora no novo ano de implementar o plano de salvaguarda da morna, mas dois meses depois tudo parou por conta do estado emergência decretado em finais de Março para conter a propagação do novo coronavírus e o cancelamento de todas as actividades culturais que implicassem o ajuntamento de pessoas.

Destaque ainda para a entrevista com Germano Almeida. Advogado, ex-deputado, ex-procurador, e mais conhecido como escritor – na verdade um dos maiores da lusofonia, Prémio Camões de 2018 – Germano Almeida, em conversa com o Expresso das Ilhas, passa em revista 2020. Homem de bom humor e melhor memória, são essas as características que passa para os seus livros e que se denotam no seu olhar sobre o mundo e Cabo Verde. Um olhar sobre a economia, a política, a justiça, e claro, incontornavelmente, a covid, que é também o olhar de quem já tem caminho percorrido e a leveza das contas bem-feitas com a vida.

A ler, também, a opinião de Eurídice Monteiro com ‘O fim do mundo que não aconteceu’ e de Silvino de Oliveira Lima com ‘A ciência sob aplauso de fracos e poderosos’.

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Autoria:Expresso das Ilhas,30 dez 2020 0:03

Editado porAndre Amaral  em  30 dez 2020 15:54

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