Os murais tornaram-se verdadeiras montras onde todo o tipo de informações pessoais é partilhado. E nas sombras, um enorme algoritmo analisa todos esses dados e constrói perfis muito precisos com o conhecimento arrecadado. O resultado é que tanto o Facebook como o Google se tornaram gigantes agências de marketing que exploram os dados dos utilizadores como fonte de receita. Até aqui, nada de novo, mas tem o cidadão um controlo verdadeiro sobre o que acontece com as suas informações?
Esta questão nunca teve uma resposta muito clara. A União Europeia foi a primeira a agir, que multou de forma milionária a rede social por causa da comunicação “incorrecta ou enganosa”, sobre a gestão dos dados. Em Espanha, a agência nacional de protecção de dados também multou o Facebook por compilar os dados dos utilizadores e os usar comercialmente sem ter uma autorização dos mesmos para o fazer. E de repente, os utilizadores começaram a perceber que, de facto, perderam o controlo sobre a sua própria informação.
A defesa da rede social tem-se repetido, ao afirmar que os utilizadores do Facebook têm múltiplas ferramentas para gerir a privacidade, mas desta vez resolveram ir um pouco mais longe. Sheryl Sandberg, executiva operacional do Facebook, foi a Bruxelas anunciar que a empresa está a trabalhar numa nova ferramenta, com a qual os utilizadores vão poder gerir de uma maneira mais transparente o destino dos seus dados. “Estamos a desenvolver um novo centro de privacidade que unificará num único lugar todas as configurações, sendo mais fácil de gerir”, disse, citada pelo El País.
Ainda não são conhecidos mais detalhes sobre esta nova aplicação, mas sabe-se, pelas palavras de Sheryl Sandeberg, quais são os objectivos: “proteger a liberdade de expressão, manter o utilizador seguro e respeitar a sua privacidade”.