Funcionários do Google criticam projecto que compactua com censura chinesa

PorExpresso das Ilhas, Lusa,17 ago 2018 8:48

Mais de mil funcionários do gigante da Internet Google assinaram uma petição em protesto contra o plano secreto da empresa para criar um motor de busca que vai cumprir com as exigências da censura chinesa.

O abaixo assinado pede aos executivos mais transparência na empresa, para que possam compreender as implicações éticas do seu trabalho, segundo o jornal norte-americano The New York Times, que teve aceso à carta.

A mesma nota afirma que o projecto, designado Dragonfly, e a aparente disposição do Google em compactuar com a censura chinesa "levantam questões morais e éticas urgentes".

"Neste momento, não temos informação necessária para tomar decisões eticamente esclarecidas sobre o nosso trabalho, projectos e emprego", lê-se na carta, que afirma que a maioria do pessoal só soube do projecto através da imprensa.

No total, a carta foi assinada por 1.400 funcionários, segundo o NYT. 

O Google saiu da China em 2010, em protesto contra a censura e ciberataques perpetuados pelo Governo chinês. 

O número de chineses ligados à Internet ultrapassou já os 770 milhões, mas redes sociais e ferramentas online como o Facebook, Twitter, Google, Youtube ou Dropbox estão banidas no país. 

A carta é também um outro exemplo de como a pressão dos funcionários tem pressionado a estratégia do Google. 

Em Abril passado, os funcionários protestaram contra o projecto Maven, desenvolvido em conjunto com o exército dos Estados Unidos, e que prevê o uso de inteligência artificial para aperfeiçoar armamento, levando a empresa a não renovar o contrato com o Pentágono.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,17 ago 2018 8:48

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  17 ago 2018 8:48

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