“As notícias falsas não são uma novidade, embora se tenham intensificado, bastante, em 2016 durante as eleições americanas”, começou por dizer Sauders. Segundo o especialista em relações públicas “o advento da internet veio facilitar a disseminação de notícias falsas”, mas não é um fenómeno novo. Isto foi corroborado por Steve Clemons que lembrou as campanhas da altura da independência dos EUA, onde se usavam as chamadas “scandal sheets”, publicações (muitas vezes escritas à mão) com acusações graves aos governantes ingleses.
Mas Clemons também lembrou a “bolha social”, que muitos utilizadores criam nas redes sociais. “Se nos rodearmos apenas das pessoas que concordam connosco então construímos uma bolha que não permite a entrada de outros pontos de vista”, o que levou John Saunders a concordar e a lembrar que se mantivermos uma “visão do nosso preconceito nunca vamos perder esse preconceito”.
O que fazer para combater o fenómeno?
Sauders é da opinião que as plataformas tecnológicas têm uma responsabilidade acrescida na questão, ao serem essenciais para impedir a disseminação de informação falsa, mas advertiu “o Facebook não pode fazer tudo sozinho, os utilizadores estão irritados com a facilidade com que a plataforma foi utilizada para manipular a opinião”. “É importante que as pessoas falem e troquem opiniões”, disse Saunders. “É demasiado fácil retrairmos para uma bolha de opinião única”, que pode condicionar a percepção da realidade à volta de cada um.
A melhor forma, segundo John Saunders e Steve Clemons é “questionar”. “Se algo parece falso, então é capaz de ser falso”.