“Os elementos químicos essenciais (carbono, hidrogénio, oxigénio, nitrogénio, fósforo e enxofre) e fontes de energia – dois dos três requisitos para a vida – podem ser encontrados em todo o Sistema Solar. Mas o terceiro [requisito], a existência de água líquida, é difícil de encontrar fora da Terra”, explicou Lucas Paganini, o cientista que liderou a investigação.
“Embora os cientistas ainda não tenham detetado água líquida directamente, descobrimos a segunda melhor coisa: água na forma de vapor“, acrescentou, citado em comunicado.
A descoberta resultou de observações levadas a cabo durante 17 noites, entre 2016 e 2017, através do Observatório Keck, localizado no Havai.
Os resultados foram recentemente publicados na revista científica Nature Astronomy.
“Para mim, o interessante deste trabalho não é apenas a primeira detecção direta de água acima da Europa, mas também a falta dela dentro dos limites do nosso método de detecção”, apontou Lucas Paganini.
Os cientistas frisaram que a quantidade de água que sai deste satélite natural – 2,360 quilogramas por segundo – daria para encher uma piscina olímpica em poucos minutos.
Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, a deteção deste vapor ajudará os cientistas a melhor entender o “funcionamento interno” deste satélite natural.
Além disso, as evidências agora encontradas apoiam a teoria que sustenta que a Europa possuiu um oceano de água líquido – “possivelmente duas vezes maior que o a Terra” – sob uma espessa camada de gelo.
Existem duas outras hipóteses que poderiam explicar a existência de vapor de água neste corpo espacial: a existência de reservatórios de água derretida sob o gelo e a extração de moléculas de água devido ao efeito da radiação de Júpiter.