Inteligência artificial do MIT pode reviver línguas “mortas”

PorExpresso das Ilhas,30 nov 2020 14:55

Um projecto de inteligência artificial desenvolvido pelo Laboratório de Ciências da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL) do Massachusetts Institute of Technology (MIT) pode trazer de volta à vida línguas há muito consideradas mortas, sem a necessidade de um idioma contemporâneo equivalente para se comparar, dizem os seus criadores.

Segundo os especialistas, as chamadas “línguas mortas” são traduzidas por um método de comparação, os pesquisadores linguísticos correlacionam o idioma antigo a alguma variação contemporânea usando algoritmos automatizados que buscam similaridades entre ambos. 

estudo, liderado pela professora Regina Barzilay, baseia-se em percepções da linguística histórica, como o facto de as línguas só evoluírem de maneiras previsíveis.

Um determinado idioma raramente adiciona ou exclui totalmente um som. Em vez disso, é provável que ocorram substituições de som: a letra “p” pode mudar para um “b” em algumas palavras ao longo do tempo, por exemplo.

Juntamente com o seu aluno de doutoramento Jiaming Luo, Barzilay desenvolveu um algoritmo, à base de machine learning, que regista padrões de mudança de linguagem. O sistema pode, desta forma, segmentar palavras num idioma antigo e mapeá-las num idioma relacionado.

Segundo o comunicado do MIT, este projeto baseia-se num artigo, escrito no ano passado, que descrevia um programa, criado pelos investigadores, que decifrou as línguas mortas do ugarítico e do Linear B.

Muitos idiomas são considerados perdidos por não haver conhecimento suficiente sobre a sua gramática, vocabulário ou sintaxe. Este novo algoritmo consegue, até, avaliar a proximidade entre as duas línguas e, quando é testado em idiomas conhecidos, o sistema pode também identificar famílias de idiomas.

No futuro, a equipa quer expandir o seu trabalho para identificar o significado semântico das palavras, mesmo que ainda não sejam legíveis. Em última análise, os investigadores esperam ser capazes de “ressuscitar” línguas perdidas usando apenas alguns milhares de palavras.

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Autoria:Expresso das Ilhas,30 nov 2020 14:55

Editado porSara Almeida  em  30 nov 2020 14:55

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