Aprovado primeiro tratamento “eficaz” contra Alzheimer. Muita esperança, alguma controvérsia

PorExpresso das Ilhas,13 jun 2021 8:42

A Food and Drug Administration (FDA), o regulador dos Estados Unidos para a alimentação e medicamentos, aprovou, pela primeira vez desde 2003, um novo medicamento para tratar o Alzheimer – que parece ser eficaz.

Um novo medicamento contra o Alzheimer, o primeiro a ser aprovado em quase 20 anos, recebeu, como noticia o zap.aeiou.pt, esta segunda-feira, aprovação da FDA, o que permite a sua produção industrial e distribuição para tratamento da doença, que afecta milhões de pessoas em todo o mundo.

O fármaco, Aduhelm, que segundo a FDA é o “primeiro tratamento dirigido à fisiopatologia subjacente ao Alzheimer”, detecta placas beta-amiloides no cérebro, remove estas placas e desacelera o avanço da doença. Os efeitos benéficos ainda não são totalmente conhecidos, mas os resultados dos testes são promissores, diz o regulador.

“Isto não é uma cura. A esperança é que possa desacelerar o progresso da doença”, alertou Petersen. “Este é um grande dia, mas não podemos prometer demais”, realçou Ronald Petersen, especialista em Alzheimer da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, citado pela agência Reuters.

Este é primeiro fármaco considerado capaz de combater a doença de Alzheimer, mas a sua aprovação está rodeada de controvérsia. O tratamento foi aprovado com recurso à via de Aprovação Acelerada.

Este mecanismo permite à autoridade norte-americana aprovar um fármaco para tratar uma doença grave ou potencialmente fatal, que possa proporcionar um benefício clínico apesar de alguma incerteza residual em relação a esse benefício, permitindo que os doentes tenham acesso ao mesmo.

Resultados e controvérsia

O comunicado da FDA salienta que “a agência concluiu que os benefícios do Aduhelm para os pacientes com doença de Alzheimer superam os riscos da terapia“.

Os ensaios clínicos mostram que este medicamento é o primeiro capaz de conseguir “uma redução das placas beta-amiloides no cérebro, uma descoberta marcante para o tratamento de pacientes com Alzheimer, que pode levar a uma redução no ritmo do declínio clínico” desta forma de demência.

O pedido de aprovação do novo medicamento, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Biogen, foi submetido à FDA em 2019 e à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em 2020.

Grupos de defesa de doentes de Alzheimer e alguns neurologistas saúdam a aprovação do uso do Aduhelm, que consideram uma opção eficiente para o tratamento da doença. No entanto, alguns médicos consideram que os primeiros resultados dos testes clínicos são ainda inconsistentes e que são necessárias ainda mais evidências.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1019 de 9 de Junho de 2021. 

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Autoria:Expresso das Ilhas,13 jun 2021 8:42

Editado porSheilla Ribeiro  em  14 jun 2021 7:46

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