Um grupo de investigação italiano desenvolveu uma vacina contra o cancro que diz ser capaz de desencadear uma resposta imunitária contra os tumores e que pode aumentar a eficácia dos medicamentos da terapia imunitária, divulgou quinta-feira última a agência de notícias ANSA.
O trabalho é de investigadores da Unidade de Regulação Imunitária Armenise-Harvard, do Instituto Italiano para a Medicina Genómica (IIGM), que explicaram que a vacina instrui o sistema imunitário a reconhecer as células cancerosas. Realizado em colaboração com a empresa suíça-italiana de biotecnologia Nouscom, o trabalho de investigação foi descrito num artigo científico na revista Science Translational Medicine, citado pela agência Lusa.
A vacina, em associação com um medicamento para a imunoterapia, teve bons resultados, segundo a equipa, em 12 doentes com um subtipo de cancro do cólon em fase metastática, refere a agência de notícias italiana. A vacina baseia-se num vector viral dos gorilas e procura levar os linfócitos T (células imunitárias) a atacar as células cancerosas.
“Considero que a técnica para a realização destas vacinas foi decididamente comprovada e que os dados obtidos nos primeiros ensaios clínicos são muito promissores”, afirmou Luigia Pace, directora do laboratório Armenise-Harvard, em Candiolo, Turim. “Existe agora uma possibilidade concreta de criar novas vacinas que serão eficazes contra muitos outros tipos de cancro”, considera ainda Luigia Pace, citado pela mesma fonte.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1081 de 17 de Agosto de 2022.