Embora o tratamento ainda esteja em fase inicial de ensaios, os investigadores descobriram que a RP2, uma versão modificada do vírus do herpes simples, conseguiu matar células cancerígenas num quarto dos doentes, reportou esta segunda-feira o Interesting Engineering.
“O nosso estudo mostra que um vírus geneticamente modificado (…) pode ter um duplo efeito contra os tumores: destruir directamente as células cancerígenas a partir do interior e, ao mesmo tempo, activar o sistema imunitário”, disse Kevin Harrington, do The Institute of Cancer Research, um dos autores da investigação, citado pelo zap.aeiou.pt.
De acordo com o especialista, é raro verificar tais respostas em ensaios clínicos que estejam numa fase inicial, visto que nesta etapa o objectivo principal é testar a segurança de determinado tratamento ou fármaco.
“Os nossos resultados iniciais sugerem que uma forma geneticamente modificada do vírus do herpes pode tornar-se numa nova opção de tratamento para alguns pacientes com cancros avançados – incluindo aqueles que não responderam a outras formas de imunoterapia”, explicou Harrington, citado pela mesma fonte.
O vírus RP2 modificado é injectado directamente nos tumores e actua de duas formas: primeiro, multiplica-se no interior das células cancerígenas, eliminando-as por dentro. Além disso, bloqueia uma proteína conhecida como CTLA-4, activando o sistema imunitário e aumentando a sua capacidade de matar as células cancerígenas.
Os tumores diminuíram de tamanho em três dos nove pacientes tratados com o RP2. Num dos casos, o cancro desapareceu completamente.
Agora, os investigadores planeiam continuar os seus estudos com amostras maiores.